O chefe do gabinete presidencial ucraniano, Andriy Yermak, apontou, esta terça-feira, que as gerações futuras da Rússia "pagarão" por todas as ações do seu país na Ucrânia, particularmente no que diz respeito aos danos ambientais causados pelo conflito.
"Quando falamos sobre os danos ambientais que a Rússia está constantemente a provocar como resultado dos ataques à Ucrânia, devemos deixar claro para os russos: terão de pagar por tudo. Pelos territórios de mineração, pelos danos materiais, bem como por matar pessoas e sequestrar crianças", começou por escrever, na rede social Telegram.
E salientou: "As gerações futuras pagarão e não terão escolha. Além disso, essas gerações terão um problema sério, pois ficarão para a história como descendentes de terroristas russos que cometeram o genocídio do povo ucraniano. E não será possível esconderem-se disso em nenhum país do mundo", rematou.
De notar que, a 27 de abril, o Conselho da Europa determinou que as transferências forçadas de crianças ucranianas para a Rússia equivalem a genocídio.
Na altura, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, saudou a resolução adotada, que, a seu ver, "ajudará significativamente os esforços globais para levar a Rússia e seus funcionários, incluindo o chefe de Estado terrorista [Vladimir Putin], à justiça por genocídio e políticas genocidas contra a Ucrânia".
E prosseguiu: "A Europa e o mundo já assistiram a várias deportações e tentativas de extermínio de povos. É através do exemplo russo - a responsabilização deste estado e dos seus funcionários culpados de genocídio - que devemos mostrar a todas as outras fontes potenciais do mesmo mal que nunca haverá impunidade. Haverá sentenças por genocídio, assim como para todos os outros crimes cometidos pela Rússia contra a Ucrânia."
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 8.534 civis desde o início da guerra e 14.370 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.
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