O ministro do Interior, Maris Kucinskis, disse aos jornalistas que cerca de 90 pessoas foram impedidas de entrar na Letónia na segunda-feira e que três cidadãos indianos foram presos depois de espancarem guardas de fronteira que tentavam detê-los.
"Eles até agrediram os cães", disse o ministro, referindo-se às patrulhas caninas frequentemente utilizadas ao longo da fronteira.
Kucinskis disse que as tentativas de enviar migrantes da Bielorrússia para a Letónia e outros países fronteiriços não terminarão tão cedo e parecem ser apoiadas pelas autoridades bielorrussas, "que pensam até em fornecer guias para os migrantes encontrarem os melhores pontos de trânsito".
O governante acrescentou que a Letónia não impede que os migrantes busquem asilo ou proteção, mas salientou que estes pedidos só podem ser apresentados em pontos de fronteira oficiais e legais, acrescentando que pessoas doentes, ou vulneráveis são admitidas por razões humanitárias.
Segundo documentos elaborados para uma reunião governamental de hoje, constatou-se que "continua elevado o número de tentativas de passagem ilegal da fronteira estadual, ou seja, em fevereiro foi impedida a passagem ilegal de pessoas pela fronteira em 377 casos, em março o número aumentou para 559 casos, e até 12 de abril foram 234".
Em agosto de 2021, a Letónia declarou estado de emergência nas suas fronteiras com a Bielorrússia após o Governo de Minsk ter incentivado um grande número de migrantes a chegar à fronteira com o país báltico, dispensando a exigência de visto e permitindo voos fretados baratos do Médio Oriente.
Após a sua chegada à Bielorrússia, estes migrantes são encaminhados ou conduzidos para as fronteiras da Letónia, Lituânia e Polónia, no que foi descrito como uma "guerra híbrida" contra estes países-membros da União Europeia (UE) e da NATO pelo seu apoio aos opositores do Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko.
Esta notícia surgiu no mesmo dia em que a Dinamarca vai mobilizar em 2024 um batalhão para a defesa dos países bálticos, em particular na Letónia, no quadro da NATO e no contexto da invasão da Ucrânia pela Rússia.
"A partir de meados de 2024, a Dinamarca colocará à disposição da NATO um batalhão para a defesa dos Estados Bálticos, que será implantado na Letónia durante parte do ano e outro na Dinamarca, onde estará pronto para viajar para os Estados Bálticos, no caso de uma situação de crise", disse o Ministério da Defesa em comunicado.
O batalhão deve ter entre 700 e 1.200 homens.
"A composição e o tamanho do batalhão, bem como a duração de destacamentos específicos, dependerão dos requisitos da NATO e dos aliados" e da capacidade de destacamento das forças dinamarquesas, segundo a mesma nota informativa.
Na linha da frente face à Rússia, os países do flanco oriental da NATO aumentam os seus apelos para o reforço das capacidades de defesa desta parte da Europa.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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