Os confrontos seguiram-se a semanas de tensão sobre a reforma das forças de segurança nas negociações para a formação de um novo governo de transição, e opõem o exército do general Abdel Fattah al-Burhan e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), leais ao general Mohamed Hamdane Daglo.
Ambas as forças estiveram por detrás do golpe de Estado conjunto que derrubou o executivo de transição do Sudão, em outubro de 2021.
De acordo com o Ministério da Saúde sudanês, "há calma em todos os estados, exceto nos de Cartum e Darfur Central. Continuam a registar-se casos de feridos e de mortos em consequência da guerra em curso".
"Em 01 de maio registaram-se seis feridos no estado de Cartum, sem mortes nos hospitais, enquanto uma morte foi registada no estado de Darfur Central", acrescentou o ministério, destacando que os números revelam uma redução de vítimas nas hostilidades.
A fonte referiu que o relatório de mortos e feridos nos combates entre o exército regular sudanês e as RSF se baseia em informações recebidas de hospitais públicos e privados em diferentes partes do Sudão, pelo que o número de vítimas pode ser mais elevado.
O Sudão está a cumprir hoje o segundo dia de uma trégua de 72 horas, a terceira consecutiva, para permitir a retirada de estrangeiros e a saída de sudaneses.
O Sudão do Sul, país vizinho e mediador desta trégua, anunciou hoje que os dois chefes militares rivais, os generais Abdel Fattah al-Burham e Mohamed Hamdan Dagalo, acordaram em princípio numa trégua de sete dias a partir de 04 de maio.
Durante este período de uma semana, o governo do Sudão do Sul instou os líderes sudaneses a escolherem representantes para as delegações que irão conduzir as conversações de paz em data não especificada.
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