"Considero que a contraofensiva do exército ucraniano, propriamente dita, já começou", escreveu Prigozhin na plataforma digital Telegram.
Segundo o líder do grupo Wagner, observa-se "uma intensíssima atividade da aviação inimiga".
"Vemos uma atividade intensa no perímetro e no interior da nossa frente e - apesar de controlarmos a parte interna da nossa frente - no perímetro, a situação não é a melhor", sublinhou.
"Ficarei calado em relação a quão seguros estão os nossos flancos", insistiu, numa referência às suas queixas ao Ministério da Defesa russo, que acusa de não garantir a proteção dos flancos do grupo Wagner na cidade ucraniana de Bakhmut.
Em contraste, o Ministério da Defesa russo reitera que as Forças Aerotransportadas russas "estão a conter as ações do inimigo nos flancos".
O líder das forças paramilitares russas acrescentou que "o inimigo está também mais ativo além dos limites da Ucrânia".
"Vemo-lo nas nossas regiões, nas notícias, [descarrilamentos de] comboios, [ataques de] 'drones' (aeronaves não tripuladas)", descreveu, falando de "uma série de atos de sabotagem que ocorreram desde finais de abril".
"Por isso, considero que tudo já começou. Quando é que isto passará para uma fase ativa? Penso que muito em breve. Pode ser uma questão de dias", concluiu.
As declarações de Prigozhin surgem pouco depois de a Presidência russa ter denunciado um ataque com dois 'drones' perpetrado na terça-feira à noite contra o Kremlin, classificando-o como um ataque terrorista e um atentado contra a vida do Presidente russo, Vladimir Putin.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada por Putin com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 434.º dia, 8.709 civis mortos e 14.666 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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