Etiópia: Falham negociações entre o Governo e rebeldes de Oromia

O Governo etíope afirmou hoje que as conversações de paz realizadas nos últimos dias com os rebeldes do Exército de Libertação Oromo (OLA, na sigla em inglês) foram construtivas, mas não resultaram num acordo entre as partes.

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© EDUARDO SOTERAS/AFP via Getty Images

Lusa
03/05/2023 16:12 ‧ 03/05/2023 por Lusa

Mundo

Etiópia

"Embora as conversações tenham sido, na sua maioria, construtivas, infelizmente não foi possível chegar a um acordo sobre algumas questões durante esta ronda de contactos", afirmou o serviço de Comunicações do Governo da Etiópia, num comunicado publicado na sua conta da rede social Twitter.

Segundo a mesma fonte, "ambas as partes reconheceram a necessidade de prosseguirem estas conversações com vista a resolver o conflito de forma permanente e pacífica", após uma primeira ronda de conversações na Tanzânia.

"O Governo da Etiópia gostaria de aproveitar esta oportunidade para reiterar o seu empenho na resolução pacífica do conflito, em conformidade com a Constituição da Etiópia e no quadro dos princípios fundamentais que orientaram estes esforços até agora", afirmou.

O Governo etíope agradeceu ainda a "todos aqueles que facilitaram e acolheram as conversações", que começaram depois de Adis Abeba e a Frente de Libertação do Povo Tigray (TPLF) terem assinado um acordo de paz em novembro de 2022 para pôr fim a dois anos de guerra.

Por seu lado, o OLA sublinhou que "embora tenham sido alcançados entendimentos sobre algumas questões, não foi possível chegar a um acordo sobre questões políticas fundamentais durante esta ronda de negociações".

"O OLA gostaria de aproveitar esta oportunidade para reiterar o seu empenho numa resolução pacífica do conflito através de uma solução política honrosa", afirmou o grupo, num comunicado enviado ao diário etíope Addis Standard.

O OLA, que se separou da Frente de Libertação Oromo (OLF) após o acordo de paz de 2018 e é aliado da TPLF na guerra de Tigray, reivindicou a responsabilidade por vários ataques - especialmente em Oromia - nos últimos meses.

A OLF lutou durante décadas pela secessão da região de Oromia, mas em 2018 anunciou que desistia da luta armada, aceitando uma oferta de amnistia do primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, que recentemente abriu a porta às negociações de paz com o OLA.

Leia Também: Etiópia. Investigação de roubo suspende ajuda alimentar da ONU no Tigray

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