O novo gabinete de ligação da NATO, a ser construído em Tóquio, será o primeiro na Ásia e permitirá que a aliança militar conduza consultas periódicas com o Japão e outros parceiros como a Austrália, a Coreia do Sul e a Nova Zelândia, de acordo com o jornal.
O jornal britânico The Guardian contactou a porta-voz da NATO, Oana Lugenscu, que se recusou a dar detalhes sobre as "deliberações em andamento", mas avançou que nenhum dos parceiros da NATO "está mais próximo ou mais capaz do que o Japão".
"Compartilhamos os mesmos valores, interesses e preocupações, incluindo apoiar a Ucrânia e enfrentar os desafios de segurança impostos por regimes autoritários, e a nossa parceria está a fortalecer-se", adiantou.
No conceito estratégico da aliança revelado no ano passado, a NATO argumentou que a China representa "desafios sistémicos" à segurança euro-atlântica, ainda que a Rússia permaneça a "ameaça mais significativa e direta à segurança dos aliados".
A aliança militar prometeu ainda "fortalecer o diálogo e a cooperação com parceiros novos e existentes no Indo-Pacífico para enfrentar desafios inter-regionais e interesses de segurança compartilhados".
A China respondeu pedindo à NATO que pare de "provocar confrontos".
O embaixador dinamarquês no Japão, Peter Taksoe-Jensen, disse ao Nikkei Asia que as preocupações com o impacto da China na segurança europeia significam que é "importante para a NATO manter relações com os parceiros da região".
Acrescentou ainda que o novo gabinete de ligação proposto seria "uma maneira muito visível e real de fortalecer as relações entre o Japão e a NATO".
O início das negociações está marcado para dia 24 de maio na Ópera de Sydney, no qual participará o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida.
Kishida afirmou repetidamente que a situação que a Ucrânia vive atualmente, "pode ser a do leste asiático amanhã", num ambiente de segurança com "fortes sinais de crise".
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