Os mais de 5.000 participantes, segundo a imprensa local, pediram ao Governo do nacionalista conservador Viktor Orbán a retirada da polémica lei, bem como a renúncia do ministro do Interior, que também é responsável pela Educação, que não tem um ministério autónomo.
Os organizadores anunciaram um movimento nacional baseado em sete pontos, pedindo um ministério dedicado à educação, pleno direito à greve, fim da segregação das escolas da minoria cigana, aumento salarial, democracia em geral, renúncia do atual ministro do Interior e a anulação do projeto de lei.
Caso a chamada "lei da vingança" seja aprovada, os professores deixariam de ser funcionários públicos e passariam para uma nova categoria profissional, o que, entre outros aspetos, aumentaria a jornada de trabalho dos docentes e diminuiria a autonomia das escolas.
Na semana passada, numa manifestação semelhante à de hoje, em frente ao gabinete do primeiro-ministro, chegou a haver empurrões entre os manifestantes e a polícia, que usou gás lacrimogéneo, embora o protesto tenha prosseguido sem incidentes.
A proposta foi apelidada de "lei da vingança" por ter sido apresentada ao parlamento por deputados do Governo após uma longa série de protestos, greves e ações de desobediência civil de professores para exigir melhorias no emprego.
O ensino na Hungria enfrenta sérios problemas e, devido aos baixos salários, faltam cerca de 15.000 professores, cerca de 10% do número total de docentes, que por isso têm já uma carga de trabalho elevada.
Por outro lado, o Governo limitou há um ano as possibilidades de greve ao determinar uma série de "serviços mínimos".
Por estes motivos, professores e alunos têm vindo a protestar desde há mais de um ano por reformas laborais, com poucos resultados até agora.
Quase 5.000 professores já apresentaram a sua demissão, caso a polémica lei seja aprovada.
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