A posição dos órgãos legislativos dos países lusófonos foi expressa durante um encontro preparatório da reunião da Assembleia Parlamentar da CPLP (AP-CPLP), agendada para junho na Guiné Equatorial.
"A responsabilidade dos países da CPLP, sobretudo deste órgão [AP-CPLP] é acrescida, colocando-se nele vários desafios", disse o deputado moçambicano Sérgio Pantie, em nome da presidente da Assembleia da República de Moçambique, Esperança Bias.
Pantie apontou as guerras, mudanças climáticas, pobreza extrema e abrandamento da economia como emergências com as quais os parlamentos e os governos devem lidar.
As crises económicas são motivo de maior preocupação, dado que travam a criação de emprego, negando o direito ao trabalho aos jovens, acrescentou o deputado e chefe da bancada da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder.
"Não é possível vencerem-se as crises através de iniciativas unilaterais", porque esse caminho "só pode retardar a busca de soluções eficazes, rápidas e sustentáveis", considerou.
O deputado português Porfírio Silva (PS) defendeu a necessidade de solidariedade e fraternidade no seio da CPLP, visando criar maior capacidade de solução dos desafios que os Estados e o mundo enfrentam.
"Num mundo difícil, com muitas contradições, com interesses diferentes, é muito importante para todos os países estarem numa comunidade, não estarmos sozinhos", enfatizou Silva.
Apesar de diferenças naturais entre os países que compõem a CPLP, prosseguiu, os Estados-membros devem capitalizar a solidariedade e a fraternidade entre si, num espírito de compreensão e respeito mútuo.
O deputado angolano Virgílio de Fontes Pereira (MPLA) destacou a importância do encontro em Maputo para debate das "principais preocupações" das assembleias nacionais da CPLP e das sociedades em que estão inseridas.
A reunião é "uma oportunidade para a partilha de visões sobre os problemas mais prementes da atualidade", acrescentou.
A reunião de um dia em Maputo juntou representantes dos parlamentos da CPLP, visando a preparação do encontro da assembleia parlamentar da organização, marcada para junho na Guiné Equatorial.
Participaram na sessão na capital moçambicana representantes dos parlamentos de oito Estados-membros da organização -- Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste -, à exceção do Brasil, que faltou ao encontro.
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