A indicação foi dada pelo vice-primeiro-ministro da Agricultura e Indústria Alimentar da Moldova, Vladimir Bolea, ao embaixador da UE em Chisinau, Janis Mazeiks.
"Bolea informou o diplomata sobre a intenção do Ministério da Agricultura e da Indústria Alimentar de aplicar temporariamente medidas idênticas às de alguns países da UE em relação à importação de cereais e sementes oleaginosas originárias da Ucrânia", lê-se num comunicado daquele departamento governamental, citado pelas agências internacionais.
A Bulgária, Eslováquia, Hungria, Polónia e Roménia proibiram recentemente de forma unilateral a importação de alguns produtos agrícolas ucranianos (trigo, milho, girassol e soja), argumentando que os seus agricultores não podiam competir com os preços mais baratos destes alimentos, que estão isentos de direitos aduaneiros desde o início da campanha militar russa, iniciada a 24 de fevereiro de 2022.
Os cinco Estados-membros e a Comissão Europeia alcançaram recentemente um acordo, com o executivo comunitário a proibir temporariamente as exportações de trigo, milho, girassol e soja da Ucrânia para estes países, em troca da autorização de trânsito para que os produtos possam chegar a países terceiros.
De acordo com estas medidas, as importações ucranianas entrarão nestes cinco países apenas se passarem pelos seus territórios para serem exportadas para outros Estados-membros ou para países que não pertencem ao bloco europeu.
Estes cinco países da UE viram os seus setores agrícolas atingidos pelo aumento das importações de cereais da Ucrânia, que são muito mais baratas, provocando protestos de trabalhadores agrícolas.
Hoje, o vice-primeiro-ministro da Moldova explicou também ao embaixador da UE que Chisinau está a preparar um pacote de medidas para manter a competitividade do setor agrícola do país.
"A partir de constantes conversas com os agricultores, identificámos que o maior problema que enfrentam é o custo de produção. O que pretendemos fazer é reduzir os custos. A partir do Fundo Nacional para a Agricultura e Desenvolvimento Rural, reembolsaremos o imposto especial sobre o consumo de gasóleo usado", explicou.
A Moldova tenciona igualmente subsidiar o custo dos produtos fitossanitários e dos fertilizantes, bem como identificar recursos adicionais para o desenvolvimento do setor.
Também hoje, Olga Trofimtseva, alta responsável do Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano, considerou que a decisão da Comissão Europeia sobre a importação de cereais pode prejudicar os pequenos agricultores ucranianos e alertou para a "chantagem" russa ao nível da exportação.
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