O Parlamento da Republika Srpska, que, juntamente com a entidade muçulmana e croata, constitui a Bósnia-Herzegovina desde 1995, aprovou hoje uma resolução muito crítica em relação aos órgãos centrais de justiça e negou a autoridade do representante internacional para o país, Christian Schmidt.
O parlamento regional apelou igualmente aos representantes sérvios para que boicotem a tomada de decisões nas instituições centrais do país, informa a emissora regional N1.
O secretário-geral adjunto da NATO, Boris Ruge, afirmou na rede social X que a organização está a acompanhar de perto as decisões tomadas por esta câmara e manifestou o seu apoio ao alto representante no âmbito do Acordo de Paz de Dayton, que em 1995 pôs fim a três anos de guerra civil entre sérvios, croatas e muçulmanos.
Ruge também expressou o apoio da NATO à "soberania, independência e integridade territorial da Bósnia-Herzegovina".
Numa nota conjunta, as embaixadas dos Estados Unidos, da União Europeia, do Reino Unido, da Alemanha, da França e da Itália criticaram igualmente os acordos do parlamento regional sérvio da Bósnia.
Esta câmara realizou uma reunião de emergência para discutir um processo judicial contra o líder sérvio pró-russo Milorad Dodik, pró-bósnio secessionista, por desafiar as decisões de Schmidt.
Há anos que Dodik ameaça retirar a sua entidade da Bósnia-Herzegovina e fundi-la com a Sérvia.
No comunicado, a UE e os EUA descreveram as decisões da entidade sérvia na Bósnia-Herzegovina como uma ameaça à ordem constitucional do país e recordaram que tanto Dayton como a Constituição do país deixam clara a autoridade do Tribunal Constitucional e dos órgãos centrais sobre as entidades autónomas.
A nota recorda ainda que a abertura das negociações de adesão da Bósnia à UE "nunca esteve tão próxima" e que um impasse político teria consequências negativas para este processo.
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