O estado de Manipur tenta este sábado regressar a uma certa normalidade depois dos fortes confrontos que ocorreram na região e que fizeram, pelo menos, 54 mortos, segundo confirmaram as autoridades à agência noticiosa indiana PTI.
As autoridades mantêm um forte dispositivo de segurança em todo o estado, especialmente nas áreas onde a violência estourou na última quinta-feira e cuja intensidade levou à retirada de cerca de 11.500 civis para abrigos do exército ou para a vizinha Assam, segundo os últimos relatórios do Gabinete de Relações Públicas de Manipur.
Milhares de militares do Exército continuam mobilizados nas ruas da região pelo terceiro dia consecutivo, embora hoje tenham permitido a abertura de comércio e supermercados, além da circulação controlada de veículos, enquanto os serviços de internet permanecem suspensos até novo aviso.
O protesto surgiu de uma decisão do Supremo Tribunal de Manipur, que em 20 de abril instou o partido governante a considerar a inclusão da tribo Meitei na sua lista de castas registadas, permitindo que os seus membros tenham acesso a mais recursos.
Essa possibilidade de incluir a comunidade, que representa mais de 50% da sua população, foi fortemente rejeitada pelos demais grupos tribais do estado, que criticaram que conceder-lhes status especial anularia as vantagens que isso traz para pessoas de comunidades minoritárias, como as suas.
Após a ordem do tribunal, membros das outras tribos fizeram protestos que cresceram em número e intensidade no mês passado, até que as duas fações se enfrentaram durante uma marcha na quinta-feira, iniciando a espiral de violência que eclodiu em Manipur.
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