Rússia diz que deslocou mais de 1.500 civis na região de Zaporíjia
Alguns cidadãos decidiram sair sozinhos em veículos particulares. Cerca de 70 mil cidadãos vão ser realocados, numa operação que Kyiv qualificou de transferência forçada.
© Getty Images
Mundo Ucrânia/Rússia
Mais de 1.500 cidadãos de cidades na região de Zaporíjia, no sudeste da Ucrânia, foram deslocados pelas forças russas, informou hoje o governador imposto pelo Kremlin nesta região, Yevgeny Balitsky.
"1.552 pessoas, incluindo 632 menores, 145 pacientes do centro psiconeurológico e 10 pessoas com mobilidade reduzida já foram deslocadas de forma organizada do território de cinco distritos e duas cidades da linha da frente", escreveu Yevgeny Balitsky, no seu canal do Telegram.
Ademais, acrescentou, alguns cidadãos decidiram sair sozinhos em veículos particulares de áreas consideradas perigosas.
Balitski anunciou na sexta-feira passada a deslocação da população mais vulnerável de 18 cidades próximas da linha da frente devido à intensificação dos bombardeamentos das tropas ucranianas.
Segundo especificou na altura o vice-primeiro-ministro para a Economia da região anexada, Andrei Kozenko, cerca de 70 mil cidadãos vão ser realocados, numa operação que Kyiv qualificou de transferência forçada.
Entre as cidades evacuadas está Energodar, onde está localizada a central nuclear de Zaporíjia, assim como Tokmak, um importante centro de comunicações no centro de Zaporíjia, onde a Rússia teme um ataque como parte da contra-ofensiva que prepara.
As forças russas controlam cerca de 70% do território de Zaporíjia, província vizinha de Kherson, em cuja capital regional, controlada por forças ucranianas, está em vigor um regime de recolhimento até às 03:00 de segunda-feira.
O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) revelou crescente preocupação sobre a segurança da central nuclear de Zaporíjia considerando que a situação está a tornar-se potencialmente perigosa.
"A situação na área perto da central nuclear de Zaporíjia está a tornar-se cada vez mais imprevisível e potencialmente perigosa", disse o diretor-geral AIEA, Rafael Grossi, num alerta este sábado, antes do último relatório de ataques, de acordo com a agência Associated Press (AP).
As preocupações do responsável do órgão de vigilância nuclear das Nações Unidas agravaram-se depois de na sexta-feira o governador da área ocupada pela Rússia, Yevgeny Balitsky, ter ordenado a retirada de civis daquela região.
A central nuclear situa-se perto da linha de frente dos combates e as autoridades ucranianas indicaram que uma mulher de 72 anos foi morta e outras três ficaram feridas quando as forças russas dispararam mais de 30 projéteis em Nikopol, cidade ucraniana próxima da central.
De acordo com uma atualização publicada no Facebook, o Estado-Maior disse que os primeiros civis deslocados tinham obtido a cidadania russa depois de Moscovo ter conquistado a cidade no início da guerra, estando a ser dirigidos para a costa do mar de Azov, ocupada pela Rússia, a cerca de 200 quilómetros a sudeste.
A Rússia tem bombardeado regularmente, desde outubro, as principais instalações de energia da Ucrânia com mísseis e 'drones', pelo que milhões de pessoas têm vivido sem luz nem aquecimento.
Leia Também: AIEA "extremamente" preocupada com segurança da central de Zaporíjia
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