"Não fui educado na cultura e não tenho cultura de violência. Lamento. Eu não sou violento, não venho de uma estrutura de violência, nem a minha religião permite. Sempre o tratei com muita estima, fui eu que o convidei para conselheiro de Estado", disse o chefe de Estado.
O Presidente guineense falava aos jornalistas após uma reunião com a equipa de coordenação económica do Governo e o Fundo Monetário Internacional, que decorreu na Presidência, em Bissau.
Nas declarações aos jornalistas, o chefe de Estado lamentou também que alguns dirigentes do Partido da Renovação Social (PRS) falem mal de si, salientando que se o antigo presidente do partido Alberto Nambeia, que morreu em janeiro deste ano, estivesse vivo ninguém falaria mal.
"Sempre os tratei com distinção e amizade. Agora todos os atos isolados são do Presidente da República? Eu não sou ingrato, posso ser colado a tudo menos à violência", disse Umaro Sissoco Embaló.
O dirigente do PRS e membro do Conselho de Estado Fransual Dias foi na madrugada sexta-feira vítima de um ataque a tiro à sua residência que culminou com a sua viatura incendiada.
Fransual Dias disse aos jornalistas que foi atacado depois de ter dito que o Presidente guineense estaria a preparar um golpe palaciano para adiar eleições.
"Podemos esperar que vão acontecer mais outros atos, porque Sissoco elegeu a violência como forma de governar", disse Fransual Dias.
O presidente do PRS, Fernando Dias, considerou também na sexta-feira que o ataque ao dirigente do partido é uma "tentativa de intimidação" e disse que não aceita adiamento das eleições legislativas, marcadas para 04 de junho.
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