Ucrânia pede integração de 'ruscismo' no dicionário inglês e espanhol
O Parlamento ucraniano pediu às instituições que lidam com os dicionários em língua inglesa e espanhola para que introduzam o termo 'ruscismo', para designar "a ideologia agressiva da Federação Russa".
© Getty Images
Mundo Ucrânia/Rússia
"Lançamos uma campanha de conscientização sobre o termo 'ruscismo' para designar a ideologia agressiva da Federação Russa", sublinhou esta quarta-feira a vice-presidente do Comité de Informação do Parlamento ucraniano, Yevgenia Kravchuk, de acordo com uma nota do Rada na rede social Facebook.
Yevgenia Kravchuk detalhou que os ucranianos já entraram em contacto com o Oxford Dictionary, responsável pelos dicionários da língua inglesa, e acrescentou que o próximo passo é a Real Academia Espanhola (RAE) e a Associação de Academias de Língua Espanhola, as instituições oficiais que lidam com a língua espanhola.
A Associação de Academias de Língua Espanhola é formada pela RAE e outras 22 instituições que garantem a robustez e relevância do espanhol na América Latina, Filipinas e Guiné Equatorial, noticiou a agência Efe.
O termo 'ruscismo' é inspirado nos termos 'fascismo' e 'racismo' e é frequentemente utilizado na Ucrânia para se referir à alegada ideologia supremacista com a qual o Kremlin justifica a invasão russa da Ucrânia.
O Parlamento ucraniano aprovou na semana passada uma lei que adota oficialmente o termo 'ruscismo' para definir a "ideologia totalitária" da Rússia do Presidente Vladimir Putin, que Kiev diz ser caracterizada pelo militarismo e desprezo pelos direitos humanos e combina características do imperialismo russo e do comunismo.
"Propomos que o termo 'ruscismo' seja incorporado no vocabulário utilizado nos países de língua espanhola, que têm uma população de pelo menos 407 milhões de pessoas", acrescentou Kravchuk.
O Parlamento ucraniano também pediu à ONU, ao Parlamento Europeu e a outras organizações internacionais que adotem o uso desse termo, que começou a ser usado para definir as ações da Rússia na década de 1990, durante a primeira guerra da Chechénia.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 441.º dia, 8.791 civis mortos e 14.815 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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