A operação militar da Rússia contra a Ucrânia é "muito difícil", mas irá continuar, admitiu o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, na quarta-feira, a uma televisão bósnia, avança a agência de notícias Tass.
"A operação militar especial continua. Esta é uma operação muito difícil e, é claro, alguns objetivos foram alcançados num ano”, terá dito Peskov, acrescentando que a Rússia conseguiu derrotar "bastante a máquina militar ucraniana”, um trabalho que "vai continuar" a ser feito.
Segundo o porta-voz russo, a Rússia lançou inúmeros ataques com mísseis contra alvos militares em toda a Ucrânia. Diante da acusação de Kyiv de que os bombardeamentos visam alvos civis, Moscovo nega.
De recordar que a ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas - 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 441.º dia, 8.791 civis mortos e 14.815 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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