De acordo com Reuben Brigety, que falava num encontro com os meios de comunicação social locais, os Estados Unidos estão convencidos de que "armas e munições foram carregadas" a bordo de um cargueiro russo, que atracou perto da Cidade do Cabo no início de dezembro "antes de partir para a Rússia".
"Armar os russos é extremamente grave e pensamos que esta questão não está resolvida. Gostaríamos que a África do Sul começasse a praticar a sua política de não-alinhamento", acrescentou o diplomata durante a conferência de imprensa.
As suas declarações foram confirmadas à agência France-Presse por uma fonte presente na reunião. Mas a embaixada americana, contactada pela agência noticiosa, não quis confirmar nem desmentir as declarações.
Questionado sobre a fiabilidade das informações americanas sobre a carga do navio, o embaixador Reuben Brigety afirmou que eram sólidas.
O facto de o navio ter atracado na maior base naval do país, Simon's Town, na península do Cabo, causou polémica no país antes do Natal.
O principal partido da oposição da África do Sul, a Aliança Democrática (DA, na sigla em inglês), pediu ao Governo que explicasse como é que um cargueiro russo, alvo de sanções ocidentais, foi autorizado a atracar num porto do país.
O seu responsável por assuntos de Defesa, Kobus Marais, questionou a razão pela qual o cargueiro atracou num porto militar em vez de num porto comercial, e "porque é que há tanto secretismo" em torno do assunto.
A África do Sul não tomou até agora partido por qualquer dos lados do conflito, desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, uma guerra que desencadeou amplas sanções ocidentais.
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