PAIGC quer reativar projeto 'Terra Ranka' para atrair investimento

O PAIGC vai reativar o programa transversal de desenvolvimento da Guiné-Bissau "Terra Ranka" (Terra Arranca), que prevê medidas nas áreas económica, financeira, social ou política, atrativas para o investimento estrangeiro, anunciou o presidente do partido.

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Lusa
12/05/2023 06:31 ‧ 12/05/2023 por Lusa

Mundo

Guiné-Bissau/Eleições

Em entrevista à agência Lusa em Lisboa, Domingos Simões Pereira referiu a importância de "resgatar este programa estratégico" para o país por se tratar de "um instrumento central de toda a política, de toda a estratégia de desenvolvimento".

O "Terra Ranka" foi lançado em 2014, quando o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) venceu as eleições com maioria absoluta e pretendia abranger as áreas de governação e paz, infraestruturas, industrialização, desenvolvimento urbano, desenvolvimento humano e biodiversidade.

O plano chegou a ter uma promessa de 1,5 mil milhões de dólares (1,36 mil milhões de euros, ao câmbio atual) em 2015, numa mesa-redonda realizada em Bruxelas, com financiamento do Banco Mundial, Nações Unidas ou União Europeia.

No entanto, a instabilidade política que culminou com a demissão do Governo em agosto desse ano e com a nomeação de sucessivos primeiros-ministros acabou por deixar o programa na gaveta.

Agora, para as legislativas de 04 de junho, o PAIGC volta a colocá-lo no centro do seu programa de Governo e inclusive dá nome à coligação que o partido lidera - Plataforma Aliança Inclusiva -- Terra Ranka (PAI -- Terra Ranka) - e que inclui ainda a União para a Mudança (UM), o Partido da Convergência Democrática (PCD), o Movimento Democrático Guineense (MDG) e o Partido Social-Democrata (PSD).

Domingos Simões Pereira considerou que este plano contrasta com a falta de propostas do atual Governo, que se limita a "construir estradas sem uma estratégia por detrás", criticando a opção de apenas "fazer algo que seja visível e que possa de alguma forma iludir a atenção das pessoas".

Questionado sobre a viabilidade de financiamento do "Terra Ranka" num contexto de crise internacional, o líder do PAIGC considerou que não deixou de haver dinheiro, mas "os critérios para a disponibilização do dinheiro apertam mais na questão da sua rentabilidade".

"Todos aqueles que têm algum dinheiro querem assegurar que nós oferecemos oportunidades de investimento que sejam rentáveis. Eu penso que é isso o que o programa "Terra Ranka" tem e é por isso que continua atrativo e terá condições de poder mobilizar esses montantes", concluiu.

Leia Também: Guiné. Líder do partido Madem-G15 apontou a estabilidade como prioridade

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