Guiné-Bissau. Sindicato pede a jornalistas que deixem discursos de ódio
A presidente do Sindicato de Jornalistas da Guiné-Bissau, Indira Correia Baldé, pediu aos jornalistas guineenses para serem profissionais e não divulgarem discursos de ódio e radicais durante a campanha eleitoral para as legislativas de 4 de junho.
© Lusa
Mundo Guiné-Bissau
"O que vamos pedir aos nossos associados é para serem cada vez mais profissionais. Não fazendo um trabalho profissional corremos o risco de não fazer um trabalho nem para classe, nem para os próprios políticos que estamos a acompanhar", afirmou à Lusa em Bissau Indira Correia Baldé.
A campanha eleitoral para as legislativas da Guiné-Bissau teve início no sábado e vai decorrer até 02 de junho.
A sociedade civil guineense tem insistido com os partidos políticos e os líderes políticos guineense para evitarem discursos de ódio e que incitem à divisão étnica e religiosa no país, depois de nas últimas eleições terem sido registados "vários exageros", como lembrou Indira Correia Baldé.
"Temos de estar mais atentos, saber escrutinar os discursos, se registarmos alguma dose de radicalismo, alguma dose de incentivo ao ódio e à violência, que deixemos de lado" disse a presidente do Sindicato de Jornalista.
Indira Correia Baldé salientou que o interessa ao povo é "ouvir os programas dos partidos", pedindo à imprensa guineense para fazer o "máximo" para os eleitores conhecerem as propostas dos líderes políticos para saberem em quem vão votar.
"Estamos a caminhar para dias intensos e complicados de campanha eleitoral. É um momento de tensão entre concorrentes, porque cada um vai tentar na medida do possível passar a mensagem para ter a simpatia do povo para ter maior número de votos. A responsabilidade da comunicação social é enorme", disse.
O Sindicato dos Jornalistas da Guiné-Bissau manifestou também preocupação com a falta de meios financeiros para os órgãos de comunicação social fazerem a cobertura da campanha eleitoral.
"Sabemos que a precariedade no setor é elevada, mesmo os órgãos do Estado têm dificuldades, falta de meios para fazer a cobertura. O Estado não subvenciona os órgãos de comunicação social pelo serviço público prestado", disse a presidente do sindcato.
Indira Correia Baldé disse que foram elaborados projetos e "bateram às portas" da comunidade internacional, mas não receberam ainda qualquer resposta.
Duas coligações e 20 partidos políticos iniciaram sábado a campanha eleitoral para as sétimas eleições legislativas da Guiné-Bissau, depois de o parlamento guineense ter sido dissolvido há quase um ano.
Segundo os dados definitivos do recenseamento eleitoral apresentados pelo Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral, no total foram recenseados 893.618 eleitores, dos quais 459.609 são mulheres e 434.009 são homens.
O Presidente da Guiné-Bissau dissolveu o parlamento a 18 de maio de 2022, alegando grave crise política, e marcou inicialmente eleições para dezembro do mesmo ano, mas que acabaram por ser adiadas para 04 de junho a pedido do Governo e depois de ouvidos os partidos políticos.
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