Grupos de defensores dos direitos dos animais na Austrália estão a defender o abate de milhões de cangurus, como forma de conter a explosão populacional deste animal.
Explosão esta que pode levar à morte de milhões deles, por fome, explicam os mesmos grupos, para além de acusar problemas resultantes como o dano de terras agrícolas, propriedades e habitats, bem como o aumento de risco para a segurança humana.
A existência de uma população de cangurus excessivamente grande pode levar ao risco de escassez de alimentos, acabando muitos por morrer à fome, refere a cadeia televisiva CBS News. Foi, aliás, o que aconteceu em 2016 e 2017, quando se contavam cerca de 45 milhões de cangurus, quase o dobro da população do país, segundo a BBC.
Um período de chuvas que aumentava a vegetação poderá ter estado, nestes dois casos, por trás do aumento exponencial da população. Se se costuma dizer que depois da tempestade vem a bonança, em muitos dos casos o que vem, na realidade, é uma seca.
"Na última seca, estimamos que 80 ou 90% dos cangurus em algumas áreas morreram. Estavam a morrer à fome - entrando em casas de banho públicas para comer papel higiénico, ou deitados na estrada a morrer de fome enquanto os mais jovens tentam alimentar-se", disse à AFP a ecologista Katherine Moseby, citada pela CBS News. Para a especialista, o abate é uma forma de "manter os números [da população] baixos para que, quando houver seca, não tenhamos esses problemas de bem-estar".
Também à AFP falou Dennis King, da Associação da Indústria dos Cangurus da Austrália, dizendo que o país "está a antever o cenário perfeito para crescimento de cangurus nos próximos anos".
Se isso acontecer, a população de cangurus no país poderá chegar aos 60 milhões, avisou King.
“Abater é considerado o método mais eficaz e humano para controlar os cangurus porque os animais morrem rapidamente e reduz os números rapidamente”, disse o governo de Victoria num documento sobre o controlo populacional de cangurus em 2017, citado pela CBS News.
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