"Já que a senhora me mencionou, gostaria de a lembrar a deixar a presidência para quem ganhou numa eleição livre e democrática, para Pedro Castillo, que deixe a presidência porque está a usurpar esse cargo e para tirar Pedro Castillo da prisão", disse o presidente mexicano na conferência de imprensa matinal.
López Obrador respondeu assim às declarações da presidente peruana, que descreveu o presidente mexicano e o seu homólogo da Colômbia, Gustavo Petro, como tentando interferir nos assuntos políticos do Peru e apoiando o deposto Pedro Castillo.
As declarações de Dina Boluarte, numa entrevista ao jornal El Comercio, foram críticas das declarações de líderes de esquerda como López Obrador, Gustavo Petro ou o presidente do Chile, Gabriel Boric, por defenderem o governo de Pedro Castillo, destituído após tentativa de golpe de Estado em 07 de dezembro de 2022, e questionou se também queriam tornar-se ditadores.
O presidente mexicano garantiu que Boluarte "foi imposta" ao Governo do Peru e tem "cerca de 25% de aceitação" naquele país.
Além disso, reiterou que o México não lhe vai dar a presidência da Aliança do Pacífico "porque não é legal e legitimamente presidente do Peru".
López Obrador assegurou que os governos do Chile e da Colômbia, que fazem parte daquela aliança, concordam com isso, e que "não tem nenhum problema" em entregar a presidência, mas "não a eles [os peruanos]".
"Podemos entregá-la ao Chile, à Colômbia e deixá-los ver o que fazem, mas esta senhora, com todo o respeito, uma usurpadora, expulsou o nosso embaixador do Peru", disse.
O governante mexicano disse que no Peru, "como em outros" países latino-americanos, "reina o racismo e o classismo".
"Depois prenderam injustamente o presidente (Castillo) só por causa da sua origem popular e porque também não se prestou à oligarquia do Peru e do exterior para saquear o Peru como estão a fazer", enfatizou.
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