Na sua conta da plataforma digital Telegram, Viatcheslav Gladkov indicou que duas pessoas foram feridas no bombardeamento da aldeia de Glotovo, outras três no distrito de Graïvoron e uma última na aldeia de Zamostie.
Todas estas localidades se situam perto da fronteira da Rússia com a Ucrânia e na zona onde, segundo as autoridades russas, decorre uma incursão de combatentes ucranianos em território russo.
De acordo com o governador, um projétil caiu num jardim de infância em Zamostie, que se incendiou, ferindo uma mulher nas mãos.
Em Graïvoron, a capital do distrito, o edifício da administração local foi atingido e outras três casas sofreram igualmente danos.
Ainda segundo a mesma fonte, um 'drone' (aeronave não-tripulada) foi abatido pela defesa antiaérea russa.
Kiev já reagiu, afirmando hoje não ter "nada que ver" com qualquer incursão de combatentes na Rússia numa região fronteiriça com a Ucrânia -- um novo incidente no território russo imputado por Moscovo ao país vizinho, em mais uma das suas regulares manobras de propaganda para justificar a guerra que nele trava há quase 15 meses.
As informações fornecidas pelas partes sobre a situação nas frentes de batalha não podem ser confirmadas de forma imediata e independente.
"A Ucrânia está a acompanhar com interesse os acontecimentos na região de Belgorod, na Rússia, e a analisar a situação, mas não tem nada que ver com ela", garantiu Mykhaïlo Podoliak, conselheiro da Presidência ucraniana, na rede social Twitter.
Entretanto, o ataque foi reivindicado num canal do Telegram que se apresenta como pertencente à "Legião Liberdade para a Rússia", um grupo de russos que combatem pelo lado ucraniano, que já tinha assegurado estar na origem de incursões anteriores na mesma região russa. Moscovo classificou esta organização como "terrorista".
A Rússia invadiu a 24 de fevereiro de 2022 a Ucrânia e aí trava, desde então, uma guerra de ocupação que não tem poupado infraestruturas nem vidas civis e causou, até agora, a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-45).
Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
Fundamentada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia, a invasão foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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