As autoridades alemãs acabaram de emitir um comunicado referente ao caso de Madeleine McCann, numa altura em que as equipas portuguesas já se encontram no terreno, na barragem do Arade, em Silves.
Segundo a informação divulgada pela BBC, o Ministério Público do estado alemão de Braunschweig avança, numa declaração emitida esta terça-feira: "No âmbito da investigação ao caso de Madeleine McCann, estão a ser atualmente tomadas ações relacionadas com o processo penal em curso em Portugal".
A mesma fonte esclareceu ainda que tais "ações estão a ser implementadas pelas autoridades policiais portuguesas", que contam "com o apoio de agentes do Departamento Federal de Polícia Criminal" alemão.
"Não serão divulgadas, nesta altura, mais informações sobre o contexto", informou ainda a declaração citada.
O procurador alemão Hans Christian Wolters confirmou, entretanto, também à BBC, que as buscas atualmente em curso em Portugal foram solicitadas pelas autoridades alemãs no âmbito da investigação ao desaparecimento da menina britânica e, também, das acusações que pendem sobre o alemão Christian Brueckner.
Esta atualização fornecida pelas autoridades alemãs surge após ter sido noticiado que a Polícia Judiciária (PJ) ia dar início a novas perícias no âmbito da investigação ao caso de Madeleine McCann, a criança inglesa desaparecida em maio de 2007, no Algarve, na altura com apenas três anos.
Nesse âmbito, estão a ser feitas, esta terça-feira, buscas na barragem do Arade, em Silves - a cerca de 50 quilómetros da Praia da Luz, local de onde a menina desapareceu enquanto passava férias com os pais em Portugal. As perícias deverão durar até quarta-feira e serão coordenadas pela PJ, em cooperação com as autoridades inglesas e alemãs.
Isto depois de, na segunda-feira, as autoridades portuguesas terem dado conta de que “continuam a ser desenvolvidas diligências para o cabal esclarecimento da situação”.
De recordar que a barragem do Arade já tinha sido anteriormente alvo de perícias - ainda que privadas - no ano de 2008. Já em junho de 2020, o Ministério Público alemão revelou ter "indícios fortes" que sustentavam a convicção de que a menina estava morta, apesar de não ter "provas forenses".
De momento, as suspeitas recaem sobre o alemão Christian Brueckner, que terá vivido em território algarvio em certos períodos entre 1995 e 2007. Segundo o The Guardian, terá vindo pela primeira vez para Portugal numa tentativa de escapar a um alegado caso de abuso sexual de menores.
O suspeito vivia, na altura do crime, a poucos quilómetros da estância balnear da Praia da Luz, onde a família de Madeleine McCann escolheu passar férias nesse ano. Registos telefónicos acedidos pelas autoridades comprovam, inclusive, que Christian Brueckner se encontrava na área no dia em que a menina desapareceu.
Christian Brueckner, de 45 anos, está a cumprir pena em Kiel, na Alemanha, por outro crime. Foi, também, acusado em outubro do ano passado pela justiça alemã de três crimes de violação e dois de abusos sexuais de crianças em território português, alegadamente cometidos entre 2000 e 2017.
No dia em que desapareceu, Madeleine McCann tinha sido deixada a dormir, apenas com os dois irmãos gémeos, no alojamento em que passavam férias, enquanto os pais jantavam com um grupo de amigos num restaurante nas proximidades. O desaparecimento deu-se já há 16 anos.
[Notícia atualizada às 10h40]
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