Guerra? "É óbvio que não há vitória para os pobres ucranianos"

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, declarou hoje que a Ucrânia não conseguirá vencer a guerra contra a Rússia, pedindo negociações com Moscovo para por um fim ao conflito.

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Lusa
23/05/2023 14:40 ‧ 23/05/2023 por Lusa

Mundo

Viktor Orban

O líder nacionalista húngaro, que se opõe a outros membros da União Europeia (UE) devido a guerra na Ucrânia e que se recusa a ajudar militarmente o país vizinho, reiterou os seus apelos por um cessar-fogo.

"É óbvio que a solução militar não funciona", afirmou Órban num fórum económico no Qatar, acreditando que a invasão russa em 2022 foi fruto de uma "falha da diplomacia".

"Se olharmos para a realidade, os números, o contexto e o facto de a NATO não estar pronta para enviar tropas, é óbvio que não há vitória para os pobres ucranianos no campo de batalha. Esta é a minha posição", afirmou o político húngaro.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, confirmou hoje que a Hungria se recusou a libertar uma nova parcela da ajuda militar para a Ucrânia, mas previu que este apoio será desbloqueado.

Para Viktor Orbán, um novo acordo europeu de segurança deve ser negociado com Moscovo após um cessar-fogo.

"Como Estado, a Ucrânia é, obviamente, muito importante, mas a longo prazo, do ponto de vista estratégico, o que está em jogo é a segurança da Europa no futuro", avaliou o líder húngaro.

"É claro que sem os Estados Unidos, não há arquitetura de segurança para a Europa. E esta guerra só poderá ser travada (...) se os russos chegarem a um acordo" com Washington, acrescentou.

O primeiro-ministro húngaro criticou os líderes da UE por serem "muito intelectuais".

A Hungria, cujas necessidades de energia dependem da Rússia, está a negociar um acordo de importação de gás natural com o Qatar, segundo Órban, referindo que o início previsto para as entregas é 2026.

Leia Também: Orbán compara UE com aspirações de Hitler de unificar a Europa

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