"Precisamos e podemos fazer mais, precisamos garantir que todos os nossos professores e funcionários de escolas, pais e líderes comunitários trabalham juntos" para superar os obstáculos, referiu Óscar Boije, representante da Unicef, em Pemba, durante a cerimónia de entrega.
As infraestruturas já de si precárias tornam-se em obstáculos ainda maiores para quem sofre de alguma deficiência, sendo que a crise humanitária em Cabo Delgado faz com que muitos deficientes estejam deslocados dos seus locais de residência, em zona de acolhimento temporário e sem a assistência habitual.
A capital provincial, Pemba, tem sido um dos principais portos de abrigo para os deslocados que fogem dos ataques armados de rebeldes desde 2017, colocando os serviços públicos, como escolas e unidades sanitárias, sob pressão devido ao aumento de população.
A agência das Nações Unidas entregou hoje 20 cadeiras de rodas e 40 bengalas brancas, entre outro material.
"A atribuição desses meios de compensação enquadra-se na operacionalização da estratégia de educação inclusiva e desenvolvimento da criança com deficiência", acrescentou Valige Tauabo, governador de Cabo Delgado.
O dirigente espera que o material contribua para os beneficiários terem "maior facilidade e interesse em participar no processo de ensino e aprendizagem".
Em 2022, a província de Cabo Delgado inscreveu 9.780 alunos com necessidades educativas especiais em todos os subsistemas de ensino.
A província de Cabo Delgado enfrenta há cinco anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico e que já fez um milhão de deslocados, cerca de 4.000 mortes e destruição de inúmeras infraestruturas.
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