Bélgica e Irão trocam prisioneiros em Omã

Bélgica e Irão trocaram prisioneiros hoje em Omã, com Teerão a entregar um trabalhador humanitário belga e Bruxelas um diplomata iraniano condenado por tentar bombardear uma reunião de exilados em França, indicou fonte oficial.

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Lusa
26/05/2023 12:10 ‧ 26/05/2023 por Lusa

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O anúncio inicial foi feito pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de Omã, que não identificou os prisioneiros trocados.

No entanto, numa declaração divulgada em Bruxelas, o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, afirmou tratar-se do trabalhador humanitário Olivier Vandecasteele.

A televisão estatal iraniana afirmou mais tarde, através de um gráfico no ecrã, que o diplomata seria libertado.

"Fontes informadas informaram a libertação de Assadollah Assadi, um diplomata iraniano detido na Bélgica", disse a televisão estatal iraniana, indicando que, mais tarde, seriam divulgados mais pormenores.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Omã disse que "os libertados foram transferidos hoje de Teerão e de Bruxelas para Mascate", para que possam, depois, regressar aos países de origem.

O sultanato de Omã apreciou o espírito positivo que prevaleceu nas conversações em Mascate entre as partes iraniana e belga e a sua vontade de resolver esta questão humanitária", acrescentou.

De Croo disse que Vandecasteele foi transferido quinta-feira à noite para Omã, tendo sido recebido por uma equipa de diplomatas e oficiais militares belgas e, depois, avaliado por médicos.

"Olivier passou 455 dias na prisão em Teerão, em condições insuportáveis. Inocente. O regresso de Olivier Vandecasteele à Bélgica é um alívio. Um alívio para a sua família, amigos e colegas", escreveu De Croo. 

Omã é, há muito, um interlocutor do Ocidente com o Irão.

Em janeiro, o Irão condenou Vandecasteele a uma longa pena de prisão e a 74 chicotadas, bem como a uma multa de um milhão de dólares (euros), depois de o ter condenado por espionagem num julgamento à porta fechada.

Em 2021, a Bélgica condenou um diplomata iraniano, Assadollah Assadi, por ter planeado um atentado à bomba contra um grupo da oposição iraniano exilado em França e sentenciou-o a 20 anos de prisão.

Ao longo dos anos, o Irão tem detido uma série de estrangeiros e de cidadãos com dupla nacionalidade, acusando-os de espionagem ou de outros crimes contra a segurança do Estado e condenando-os na sequência de julgamentos secretos em que, segundo grupos de defesa dos direitos humanos, lhes é negado o devido processo legal.

Os críticos têm acusado repetidamente o Irão de utilizar esses prisioneiros como moeda de troca com o Ocidente.

O Irão, que enfrenta sanções ocidentais devido ao rápido avanço do seu programa nuclear, tem sido alvo de protestos nos últimos meses e de tensões económicas. 

Leia Também: Kyiv recupera 106 militares capturados pelas forças russas em Bakhmut

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