O anúncio inicial foi feito pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de Omã, que não identificou os prisioneiros trocados.
No entanto, numa declaração divulgada em Bruxelas, o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, afirmou tratar-se do trabalhador humanitário Olivier Vandecasteele.
A televisão estatal iraniana afirmou mais tarde, através de um gráfico no ecrã, que o diplomata seria libertado.
"Fontes informadas informaram a libertação de Assadollah Assadi, um diplomata iraniano detido na Bélgica", disse a televisão estatal iraniana, indicando que, mais tarde, seriam divulgados mais pormenores.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Omã disse que "os libertados foram transferidos hoje de Teerão e de Bruxelas para Mascate", para que possam, depois, regressar aos países de origem.
O sultanato de Omã apreciou o espírito positivo que prevaleceu nas conversações em Mascate entre as partes iraniana e belga e a sua vontade de resolver esta questão humanitária", acrescentou.
De Croo disse que Vandecasteele foi transferido quinta-feira à noite para Omã, tendo sido recebido por uma equipa de diplomatas e oficiais militares belgas e, depois, avaliado por médicos.
"Olivier passou 455 dias na prisão em Teerão, em condições insuportáveis. Inocente. O regresso de Olivier Vandecasteele à Bélgica é um alívio. Um alívio para a sua família, amigos e colegas", escreveu De Croo.
Omã é, há muito, um interlocutor do Ocidente com o Irão.
Em janeiro, o Irão condenou Vandecasteele a uma longa pena de prisão e a 74 chicotadas, bem como a uma multa de um milhão de dólares (euros), depois de o ter condenado por espionagem num julgamento à porta fechada.
Em 2021, a Bélgica condenou um diplomata iraniano, Assadollah Assadi, por ter planeado um atentado à bomba contra um grupo da oposição iraniano exilado em França e sentenciou-o a 20 anos de prisão.
Ao longo dos anos, o Irão tem detido uma série de estrangeiros e de cidadãos com dupla nacionalidade, acusando-os de espionagem ou de outros crimes contra a segurança do Estado e condenando-os na sequência de julgamentos secretos em que, segundo grupos de defesa dos direitos humanos, lhes é negado o devido processo legal.
Os críticos têm acusado repetidamente o Irão de utilizar esses prisioneiros como moeda de troca com o Ocidente.
O Irão, que enfrenta sanções ocidentais devido ao rápido avanço do seu programa nuclear, tem sido alvo de protestos nos últimos meses e de tensões económicas.
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