Ucrânia: Kuleba convida presidente moçambicano a visitar país
O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, convidou hoje o presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e a ministra dos Negócios Estrangeiros, Verónica Macamo, a visitarem a Ucrânia para reforço das relações entre os dois países.
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Mundo Ucrânia
"Esperamos receber ambos na Ucrânia para continuarmos a desenvolver relações" entre os dois países, referiu o chefe da diplomacia ucraniana em conferência de imprensa, em Maputo.
Dmytro Kuleba falava após encontros separados com Nyusi e Macamo e o convite foi feito durante a reunião entre as duas comitivas, para já sem mais detalhes nem reação do lado moçambicano.
"Concordámos em impulsionar as relações entre a Ucrânia e Moçambique, incluindo nas áreas de comércio, intercâmbio de comitivas, construção, cibersegurança e digitalização", detalhou.
Para o efeito, vai ser organizado um fórum de negócios entre os dois países, acrescentou Kuleba.
O chefe da diplomacia ucraniana anunciou ainda que o país vai abrir uma embaixada em Moçambique e que vão ser preparados "acordos para estabelecer bases legais sólidas para as relações bilaterais".
Moçambique tem sido um dos países que se tem mantido neutro face à invasão russa da Ucrânia e à guerra, considerando-se assim em melhor posição para apelar a um diálogo que termine o conflito.
"A neutralidade pode ter diferentes formas e hoje [nos encontros em Maputo] senti uma forte simpatia e apoio - que não é neutral, é favorável à Ucrânia -, mas também recebi explicações sobre o porquê de Moçambique se abster no voto, expressando neutralidade", disse Kuleba em resposta à Lusa.
"Só que a neutralidade não dá uma melhor posição para mediar" o conflito, disse Kuleba, considerando que os papéis são muito distintos: "há um agressor que ataca e uma vítima que se defende".
Dmytro Kuleba chegou hoje a Maputo, após uma escala em Joanesburgo, oriundo da Etiópia.
Kuleba vai manter outros encontros em Moçambique durante o resto do dia e deixa o país no sábado para continuar o périplo africano, que inclui visitas a Marrocos e ao Ruanda.
A ofensiva militar lançada em fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas - 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia já matou 8.895 civis e causou 15.117 feridos, também segundo dados da ONU, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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