Numa reação ao ataque com drones que assolou Moscovo esta manhã de terça-feira, o apresentador da televisão estatal russa Vladimir Solovyov alertou o país para o facto de a Rússia estar “a lutar contra a NATO”, complementando que “Kyiv tem de ser desmantelada”.
“Quanto mais depressa as pessoas de Moscovo, Yekaterinburg, Chelyabinsk e São Petersburgo reconhecerem que há uma guerra, mais depressa ganharemos. Enquanto as pessoas acharem que é algo que está a acontecer longe e não é muito importante, haverá problemas. Têm de compreender isto! Malta, é sério! E não vai acabar amanhã”, começou por dizer o apresentador, num vídeo partilhado pelo jornalista da BBC Francis Scarr.
Solovyov apontou ainda que “esta guerra vai afetar toda a gente”, ressalvando que, “quando os ucranianos se esgotarem, os polacos chegarão”.
“Estamos a lutar contra a NATO. Isto tem de ser compreendido! A NATO forneceu tudo para a destruição da Rússia”, disse.
E prosseguiu: “Por isso, precisamos de estar vigilantes; não entrem em pânico, fiquem calmos, e perguntem-se – o que é que fiz para a vitória? O que é que estou a fazer para a vitória? E Kyiv? Kyiv tem de ser desmantelada! Odessa tem de ser desmantelada! Kharkiv, Dnipro, Lviv, Ivano-Frankivsk também. Deveriam haver ataques nessas cidades hoje, muito mais brutais do que os atuais. É uma guerra. Já não pode ser de outra forma”, rematou.
Vladimir Solovyov responds to this morning’s drone attacks on Moscow
— Francis Scarr (@francis_scarr) May 30, 2023
He says the sooner people in Russian cities recognise that their country is "fighting Nato", the sooner Russia will win
He also calls for Kyiv, Odesa, Dnipro, Lviv and Ivano-Frankivsk to be "dismantled" pic.twitter.com/64V1tgngkU
De notar que o Ministério da Defesa da Rússia acusou, esta terça-feira, a Ucrânia de estar por detrás do ataque em Moscovo desta manhã, que provocou "danos menores" em vários edifícios.
"Esta manhã, o regime de Kyiv lançou um ataque terrorista com drones contra a cidade de Moscovo", escreveu o Ministério, na rede social Telegram.
Segundo o mesmo meio, oito drones estiveram envolvidos no ataque, e todos foram destruídos.
O presidente da câmara de Moscovo, Sergei Sobyanin, indicou que não há feridos graves e que uma investigação ao sucedido está em curso.
Por seu turno, o conselheiro presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, negou qualquer envolvimento de Kyiv no incidente desta manhã, ainda que se tenha mostrado satisfeito.
"Claro que estamos satisfeitos e previmos um aumento do número de ataques. Mas claro que não temos envolvimento direto", disse, em declarações ao canal do Youtube 'Breakfast Show', citado pela agência Reuters.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 8.895 civis desde o início da guerra e 15.117 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.
Leia Também: Podolyak nega envolvimento em ataque a Moscovo, mas diz-se "satisfeito"