"A comunidade internacional tem todas as oportunidades para ver imagens, ler artigos onde são descritos os ataques a edifícios residenciais, infraestruturas sociais, etc.", declarou à imprensa o porta-voz do Kremlin (Presidência russa), Dmitri Peskov.
"E ainda não houve uma única palavra a criticar ou condenar o regime de Kyiv por isso", acusou, assegurando que tal ataque não terá "qualquer influência" na forma como está a ser conduzida a campanha militar russa na Ucrânia.
O exército russo indicou hoje ter mobilizado a sua aviação e a sua artilharia para repelir uma ofensiva ucraniana na região fronteiriça de Belgorod, onde bombardeamentos intensos nos últimos dias causaram a fuga de muitos habitantes.
Onze pessoas ali foram hoje feridas, segundo as autoridades locais.
Peskov sublinhou que o Presidente russo, Vladimir Putin, obtém "continuamente" informações dos serviços de segurança e das autoridades no terreno e se ocupa "ativamente" do fornecimento de ajuda aos civis que fogem aos combates.
Na terça-feira, a cidade de Moscovo foi alvo de um ataque de 'drones' (aeronaves não-tripuladas) sem precedentes, que fez dois feridos ligeiros e causou danos materiais menores.
Em reação a esse ataque, um porta-voz da diplomacia norte-americana garantiu que Washington não apoiava "os ataques dentro da Rússia" e se concentrava no fornecimento à Ucrânia de equipamento e treino militares para se defender da guerra de ocupação que Moscovo ali trava e recuperar o seu território.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada por Putin com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 463.º dia, 8.895 civis mortos e 15.117 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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