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Coreia do Sul e Timor-Leste querem aproximar relações comerciais

O presidente de Timor-Leste afirmou hoje que a Coreia do Sul quer ampliar o programa de importação de mão-de-obra timorense, especialmente para a agricultura, e Díli quer ver essa relação bilateral fortalecida com investimentos coreanos no país.

Coreia do Sul e Timor-Leste querem aproximar relações comerciais
Notícias ao Minuto

10:15 - 02/06/23 por Lusa

Mundo Timor-Leste

"Os coreanos querem ver o importante programa de trabalhadores sazonais aumentado, sobretudo para a área da agricultura. O problema é que nos próprios não conseguimos preencher a quota a que temos direito, de mil trabalhadores em média por ano, sendo que na agricultura não há limite: pode ser quantos timorense pudermos mandar", afirmou José Ramos-Horta à Lusa, em Seul.

"É preciso que o nosso Governo invista mais na preparação básica dos trabalhadores candidatos, com língua coreana, noções cívicas de respeito pelas leis e cultura, disciplina e ética trabalho, disciplina nas regras da imigração e no contrato que muitos não seguem", disse.

José Ramos-Horta falava à Lusa depois de um encontro com o seu homólogo sul-coreano, Yoon Suk-yeol, no Palácio Presidencial em Seul, durante o qual os dois líderes analisaram a relação bilateral e as oportunidades de reforço da cooperação entre a Coreia do Sul e Timor-Leste.

Não houve qualquer declaração aos jornalistas de Yoon Suk-yeol com o seu gabinete a permitir apenas um registo de imagem de menos de dois minutos do início da reunião.

Ramos-Horta recordou que as relações entre os dois países se têm vindo a consolidar em várias áreas, desde formação de treinadores de futebol e apoio em taekwondo, a bolsas de estudo para jovens timorenses estudarem em universidades coreanas e ao importante programa de trabalhadores sazonais.

"Temos possibilidades grandes de ver essas relações aumentar, o que só beneficia a economia de Timor-Leste, as famílias timorenses", vincou o chefe de Estado timorense.

"O que eu pretendo é expandir para investimentos maiores, de bancos, companhias de seguro, de empresa com a Samsung", disse, referindo-se igualmente a outra reunião mantida hoje com o grupo SK, que através da sua empresa SK E&S controla 25% do consórcio do campo petrolífero de Bayu Undan, no Mar de Timor.

A empresa pretende investir para um projeto de captura e armazenamento de carbono no Bayu Undan, cuja produção está praticamente concluída e que está a ser reformulado para a nova operação.

O chefe de Estado referiu-se ainda à oferta anunciada hoje durante a reunião que manteve com o presidente da Sehan University, que disse querer acolher pelo menos 500 estudantes timorenses por ano, no âmbito de um programa que inclui formação, estágio profissional, emprego e, eventualmente, até vistos para familiares.

Esse número poderá aumentar logo no segundo ano para até mil estudantes de Timor-Leste, como explicou hoje o presidente da instituição, Lee Gyeong-sue, ao Presidente da República timorense, José Ramos-Horta, num encontro em Seul.

"Creio que o ambiente e a atmosfera estão criados para darmos seguimento. Farei seguimento com o novo Governo, com novos ministros par ver como podemos avançar com isto tudo", considerou Ramos-Horta.

"Para mim sempre apostei na Coreia do Sul como parceiro estratégico e hoje disse isso mesmo ao presidente que nos pode ajudar muito a equilibrar as influências que há dos vários países em Timor-Leste", considerou.

A proposta da universidade, vincou, é algo que Timor-Leste "tem que aproveitar", podendo o executivo timorense contribuir até para a operação através do Fundo de Desenvolvimento de Capital Humano.

"Dá oportunidade aos nossos jovens para adquirirem um diploma de padrões internacionais em várias áreas. Ganham experiência, disciplina de trabalho e têm emprego garantido na Coreia do SuL ou em qualquer lado do mundo", disse Ramos-Horta.

"Vou batalhar para que isso se realize", considerou.

No encontro dos dois chefes de Estado participaram, entre outros, a ministra dos Negócios Estrangeiros timorense, Adaljiza Magno, e o embaixador timorense em Seul, Gregório de Sousa, com a delegação coreana a incluir o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Chang Ho-jin, o diretor de segurança nacional Cho Tae-yong e o vice conselheiro da segurança nacional, Kim Tae-hyo.

A reunião decorreu no escritório principal de Yoon Suk-yeol, de onde, por questões de segurança foram retirados todos os documentos, deixando na secretária apenas um pedaço de madeira decorativa com a frase "The Buck stops here", uma citação do presidente norte-americano Harry Truman que o atual chefe de Estado Joe Biden lhe ofereceu durante a sua visita à Coreia do Sul em maio.

O edifício presidencial funciona atualmente no complexo do Ministério da Defesa, com fortes medidas de segurança que incluem a proibição de entrada com telemóveis que não tenham instalada uma aplicação do Governo que impede a gravação de vídeo e fotografias.

A reunião marcou a reta final da visita de José Ramos-Horta à Coreia do Sul, antes do chefe de Estado seguir para Singapura, no sábado, onde intervém no Shangri-la Dialogue, considerada uma das principais cimeiras da região sobre segurança e defesa.

Está igualmente previsto um jantar com a presidente de Singapura, Halimah Yacob e o primeiro-ministro do país, Lee Hsien Loong.

Ramos-Horta regressa a Díli na segunda-feira, com a agenda doméstica a ser dominada pela tomada de posse dos novos deputados, eleitos a 21 de maio, e do processo de nomeação e tomada de posse do próximo Governo constitucional.

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