Governo do Kosovo pede fim dos protestos e admite novas eleições locais
O primeiro-ministro do Kosovo, Albin Kurti, exigiu hoje o fim dos protestos dos cidadãos sérvios kosovares contra os autarcas albaneses como condição essencial para a realização de novas eleições em quatro municípios no norte do país.
© AFP via Getty Images
Mundo Albin Kurti
"A retirada dos grupos violentos dos edifícios municipais e a aplicação do 'Acordo B' (Acordo de Bruxelas) é a via para o desanuviamento até à realização de novas eleições", disse o chefe do Governo do Kosovo através da rede social Twitter.
Centenas de cidadãos sérvios, comunidade em maioria no norte do Kosovo, manifestam-se pelo quinto dia consecutivo frente às autarquias das cidades de Zvecan, Leposavic e Zubin Potoc onde se mantêm presentes as forças da NATO.
Os manifestantes exigem a saída dos autarcas que pertencem à maioria albanesa do Kosovo (minoritários no norte do país), assim como pedem a retirada dos elementos da polícia especial kosovar da região.
As tensões provocaram confrontos entre manifestantes e os soldados da NATO nos últimos dias.
Mais de 80 pessoas ficaram feridas, trinta das quais soldados da missão da Aliança Atlântica no Kosovo (KFOR).
Na quinta-feira, a França e a Alemanha pediram a repetição "sem demora" das eleições municipais nas autarquias do norte do Kosovo (onde os cidadãos de origem sérvia são a maioria).
Os atuais autarcas de origem albanesa foram eleitos em abril num processo boicotado pelos sérvios e apenas com uma participação de 03% dos eleitores inscritos.
Os chefes de Estado da Sérvia, Aleksandar Vucic, e do Kosovo, Vjosa Osmani, comprometeram-se a analisar a proposta e a dar uma resposta na próxima semana.
Osmani disse que o Kosovo está disposto a analisar a proposta franco-alemã acrescentando que a lei obriga os sérvios kosovares a solicitar a repetição do ato eleitoral.
O Kosovo, antiga província sérvia habitada maioritariamente por albaneses, proclamou a independência em 2008 mas o país não é reconhecido por Belgrado.
Os dois país negociam atualmente a normalização de relações sob os auspícios da União Europeia e dos Estados Unidos.
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