Dois navios de ONG apresados pela guarda costeira italiana

A guarda costeira italiana anunciou hoje ter apresado dois navios de organizações não-governamentais (ONG) alemãs que socorriam migrantes no Mediterrâneo, porque as respetivas tripulações desrespeitaram a legislação de Itália sobre aquele tipo de intervenções.

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Lusa
02/06/2023 20:39 ‧ 02/06/2023 por Lusa

Mundo

Migrantes

Para tentar travar a chegada de migrantes a território italiano, Roma adotou no início de janeiro uma nova lei restringindo as atividades de ONG encarregadas de resgatar imigrantes no mar, apesar de o número de pessoas socorridas por estas últimas representarem apenas cerca de 10% do total de pessoas salvas no mar.

O governo de extrema-direita da primeira-ministra Giorgia Meloni impôs que os navios das ONG passassem a informar as autoridades italianas assim que socorressem uma embarcação, cabendo depois a estas decidir em que porto sobreviventes e equipas de resgate poderiam atracar e desembarcar.

Com bastante frequência, é num porto distante do local da operação de socorro. Desse modo, as ONG não podem socorrer várias embarcações em várias operações e perdem muito tempo a deslocar-se aos portos indicados e a regressar a alto mar.

Esta lei foi criticada por diversas instâncias do Conselho da Europa.

Hoje, a guarda costeira italiana apresou o navio "Sea Eye 4", que infringiu a regra de um só salvamento e socorreu duas embarcações diferentes antes de se deslocar para o porto que lhe foi atribuído por Roma.

Por sua vez, o navio "Mare Go" recusou-se a ir até ao porto que lhe foi atribuído, o de Trapani, no oeste da Sicília, decidindo atracar em Lampedusa, a pequena ilha italiana próxima da costa africana, para não fazer mais 32 horas de viagem com tripulantes e migrantes exaustos, indicou a ONG.

Segundo o 'site' da Internet do Ministério do Interior italiano, mais de 50.000 migrantes chegaram a Itália nos primeiros cinco meses deste ano, em contraste com menos de 20.000 no mesmo período do ano passado.

Itália, país de primeira entrada na União Europeia (UE), onde chegaram centenas de milhares de migrantes nos últimos anos, acusa os seus parceiros do bloco comunitário de falta de solidariedade na sua distribuição, apesar de um grande número deles abandonar depois a península itálica em direção a outros países.

Leia Também: ONG acusam Malta de deportar 500 migrantes para a Líbia em vez os salvar

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