"A França dificilmente pode ser considerada um país neutral, que pode aspirar ao papel de moderador, como digamos o Brasil, a China, países africanos ou o Vaticano", disse Dmitri Peskov, porta-voz presidencial, à televisão pública russa.
Segundo Peskov, a França "não pode fazer isso já que é, de facto, um participante ativo neste conflito, do lado ucraniano".
"Em segundo lugar, a Ucrânia é agora praticamente um instrumento de conflito. O conflito tornou-se efetivamente mais amplo. O Ocidente trava uma guerra combinada contra o nosso país", afirmou.
Ao mesmo tempo, o porta-voz disse que o Presidente russo, Vladimir Putin, "esteve, está e estará aberto a qualquer contacto" para conseguir os objetivos russos "por outros meios que não sejam a operação militar especial".
A Rússia elogiou a iniciativa de paz chinesa e a tentativa de mediação do Brasil e mostrou-se ainda disposta a receber um enviado do Vaticano e uma delegação de paz africana.
A Ucrânia rejeita qualquer iniciativa que não pressuponha a retirada das tropas russas de território ucraniano.
A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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