Pentágono denuncia ações "cada vez mais arriscadas" da China na Ásia

O Departamento da Defesa dos Estados Unidos denunciou hoje as ações "cada vez mais arriscadas" do exército chinês na Ásia, após dois incidentes entre as forças dos dois países nos últimos dias.

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© Kevin Dietsch/Getty Images

Lusa
04/06/2023 06:47 ‧ 04/06/2023 por Lusa

Mundo

China

"Continuamos preocupados com as atividades cada vez mais arriscadas e agressivas do Exército de Libertação Popular [chinês] na região, incluindo nos últimos dias", disse o porta-voz do Pentágono, o general Pat Ryder, que participa com o secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, no Diálogo de Shangri-La, uma conferência de segurança a decorrer em Singapura.

As declarações surgem após dois incidentes que envolverem, nos últimos dias, as forças armadas dos EUA e da China no Estreito de Taiwan e no Mar do Sul da China.

A Marinha dos Estados Unidos acusou no sábado um navio chinês de fazer um movimento perigoso perto de um contratorpedeiros dos EUA que navegava no Estreito de Taiwan, acompanhado por uma embarcação canadiana.

A China não mencionou este incidente, mas acusou os Estados Unidos e o Canadá de "causarem problemas intencionalmente no Estreito de Taiwan".

Washington também acusou um piloto chinês de realizar "uma manobra agressiva injustificada" perto de um avião de reconhecimento dos EUA que sobrevoava o Mar do Sul da China.

Nos vídeos difundidos pelo Comando para o Indo-Pacífico dos Estados Unidos, o avião chinês, um J-16, é visto a voar nas proximidades do avião norte-americano, um RC-135, modelo normalmente utilizado para vigilância.

O evento ocorreu no dia 26 de maio, quando o piloto chinês se posicionou à frente do RC-135, que foi forçado a voar através da turbulência provocada pelo caça chinês.

Segundo os EUA, o seu avião "estava a realizar operações seguras e de rotina no espaço aéreo internacional sobre o Mar do Sul da China, de acordo com o direito internacional".

Na mesma nota, o Comando para o Indo-Pacífico dos Estados Unidos assegurou que os EUA "vão continuar a voar, navegar e operar com segurança e responsabilidade onde quer que os regulamentos internacionais o permitam", incluindo na região do Indo-Pacífico.

O porta-voz do Comando do Teatro de Operações Sul do exército chinês, o coronel Zhang Nandong, acusou no comunicado os EUA de "misturarem preto e branco e fazerem falsas acusações, na tentativa de confundir o público".

"Pedimos solenemente aos EUA que restrinjam conscientemente as ações das forças navais e aéreas da linha da frente, cumpram com rigor as leis internacionais relevantes e os acordos relevantes e evitem acidentes no mar e no ar", disse Zhang.

A China reivindica quase todo o Mar do Sul da China, apesar dos protestos dos países vizinhos. Os EUA também não reconhecem as reivindicações de Pequim sobre um território marítimo estratégico, através do qual passam cerca de cinco biliões de dólares (cerca de 4,68 biliões de euros) em comércio internacional todos os anos.

Leia Também: China acusa EUA de interferência em exercício militar antes de confronto aéreo

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