Moscovo e Kyiv pedem condenação internacional por destruição de barragem

Moscovo e Kyiv voltaram hoje a trocar acusações desta vez sobre a destruição parcial da barragem hidroelétrica de Kakhovka, no sul da Ucrânia, com ambas as partes a pedirem uma condenação internacional.

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© SERGIY DOLLAR/AFP via Getty Images

Lusa
06/06/2023 20:15 ‧ 06/06/2023 por Lusa

Mundo

Kakhovka

Pedimos à comunidade internacional que condene as ações criminosas das autoridades ucranianas, que são cada vez mais desumanas e representam uma séria ameaça à segurança regional e global", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia em comunicado.

Moscovo pretende levar a questão ao Conselho de Segurança da ONU, à Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e a outras organizações internacionais, acrescentou.

A destruição parcial desta barragem - localizada no limite das posições entre as partes beligerantes no rio Dniepre -, ocorrida hoje na sequência de uma explosão, provocou inundações que afetaram tanto as áreas controladas por Kyiv como as ocupadas pelas tropas russas.

Moscovo indicou "danos colossais infligidos à agricultura da região e ao ecossistema do estuário do Dniepre", além de problemas no abastecimento de água da Crimeia, península anexada em 2014 pela Rússia.

O ministério russo acusou Kiev de ter "planeado com antecedência e deliberadamente para fins militares" a destruição desta barragem.

"Kiev não só submeteu a central hidroelétrica de Kakhovka a um bombardeamento massivo, como também elevou deliberadamente o nível da água da albufeira de Kakhovka a um nível crítico ao abrir as comportas da central hidroelétrica de Dnipropetrovsk", disse ainda.

A Ucrânia, por sua vez, acusa as forças russas de terem explodido a barragem para impedir qualquer ofensiva na área.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, também pediu hoje que "o mundo reaja" à destruição desta barragem.

Já ao fim do dia, o Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano emitiu um comunicado, no qual descreve que "as forças russas explodiram a barragem de Kakhovka no território ocupado no sul da Ucrânia", acrescentando que "essa enorme estrutura de betão continha 18,3 quilómetros cúbicos de água" e que a população civil e o ambiente a jusante do rio Dniepre "já estão a sofrer danos tremendos como resultado das inundações".

Segundo o comunicado da diplomacia de Kyiv, Volodymyr Zelensky convocou imediatamente o Conselho Nacional de Segurança e Defesa e "os serviços de emergência ucranianos estão a trabalhar arduamente para mitigar as consequências e salvar vidas".

O ministério indicou também que a Ucrânia convocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas e vai levar "a questão do ato terrorista russo" ao Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atómica.

"Também cooperaremos com o Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia [UE] e outros mecanismos internacionais para mitigar as consequências e responsabilizar a Rússia", segundo o documento, que considera que, "à luz dos acontecimentos no campo de batalha, o ato terrorista deliberado e há muito planeado da Rússia transformou a inundação provocada pelo Homem numa arma".

De acordo com as autoridades ucranianas, ecossistemas inteiros estão a enfrentar danos irreversíveis e de longo prazo por causa das inundações, referindo que os animais do jardim zoológico de Nova Kakhovka já morreram com a subida das águas, e "este é apenas o começo" do que considera "um ecocídio numa escala regional, não apenas ucraniana".

"O desastre de Kakhovka é mais uma prova de que a Rússia é um Estado terrorista. Todos os países, parlamentos e organizações internacionais devem reconhecer a Rússia como tal -- sem demora", apelou o documento, que pediu à UE e aos Estados-membros do G7 (grupo das sete maiores economias) que imponham "novas sanções devastadoras" à Rússia, incluindo à sua indústria de mísseis e esfera de energia atómica.

Leia Também: OIM envia ajuda a afetados após destruição de barragem na Ucrânia

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