"Com esta decisão, Tóquio está a conduzir as relações bilaterais ainda mais profundamente para um perigoso beco sem saída. Tais ações não podem ficar sem consequências graves", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo num comunicado.
A posição da Rússia foi comunicada formalmente ao embaixador do Japão em Moscovo, Toyohisa Kozuki, que foi chamado para o efeito ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, noticiou a agência oficial russa TASS.
O Japão decidiu, em maio, entregar cerca de 100 veículos militares e outro equipamento não letal à Ucrânia, incluindo 30 mil rações, numa altura em que o Governo de Tóquio procura flexibilizar a política de transferência de equipamento militar.
A alteração da política nacional de segurança visa permitir às forças armadas japonesas um papel mais ofensivo, numa grande rutura com o princípio de autodefesa que vigorou após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
"A parte japonesa foi informada de que esta medida conduzirá a uma escalada das hostilidades e a um novo aumento do número de vítimas humanas do regime de Kyiv", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Federação Russa.
Também haverá vítimas "nas regiões fronteiriças da Rússia, em resultado das ações criminosas dos terroristas ucranianos que estão a utilizar ativamente o equipamento militar fornecido a Kyiv", afirmou o ministério.
O diplomata japonês foi recebido pelo vice-ministro Andrey Rudenko, um dos adjuntos do chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov.
O Japão preside atualmente ao grupo das sete democracias mais industrializadas, o G7, cujos líderes reafirmaram, na cimeira de Hiroxima, em maio, o apoio à Ucrânia na guerra iniciada pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, participou na cimeira de Hiroxima.
Além do Japão, integram o G7 Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália e Reino Unido. A União Europeia (UE) também participa no grupo.
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armamento à Ucrânia para combater as forças russas.
Além disso, impuseram sanções económicas à Rússia, incluindo no setor da energia, para diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.
A invasão russa da Ucrânia desencadeou um conflito armado que mergulhou a Europa naquela que é considerada a pior crise de segurança desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Desconhecem-se as baixas civis e militares em mais de 15 meses de combates, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm alertado que serão consideravelmente elevadas.
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