Numa missiva, o presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) começou por notar que, tendo em conta as relações históricas e as afinidades culturais entre os dois povos, normalmente as eleições em Guiné-Bissau são seguidas em Cabo Verde e pelos cabo-verdianos, em geral, com grande interesse.
"O PAICV e eu, particularmente, pudemos acompanhar todo o processo e todos os desafios que o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) teve que enfrentar para cumprir a missão de se apresentar ao último pleito eleitoral do passado domingo, dia 4 de junho, na sequência da dissolução do Parlamento", escreveu o líder do maior partido da oposição cabo-verdiana, da mesma família política.
Sublinhando a forma "ordeira e responsável" como decorreu o ato eleitoral, Rui Semedo entendeu que os resultados eleitorais foram "claros e reveladores" de uma grande vontade dos guineenses em conferir a Coligação Eleitoral Plataforma Aliança Inclusiva (PAI) - Terra Ranka uma maioria absoluta para garantir a estabilidade e a governabilidade do país.
"O PAICV apresenta as suas calorosas e fraternais felicitações ao PAIGC e ao seu presidente, camarada Domingos Simões Pereira, e saúda ao povo irmão guineense, pelo civismo, elevada participação e pela escolha, livremente pronunciada", continuou.
Para o presidente, a Coligação PAI - Terra Ranka, da qual o PAIGC é "pedra essencial", terá as condições essenciais para implementar o seu programa eleitoral, melhorar as condições de vida dos guineenses e projetar este país para novos patamares de desenvolvimento.
A Comissão Nacional de Eleições da Guiné-Bissau divulgou na quinta-feira os resultados das eleições legislativas, que deram a vitória à coligação PAI - Terra Ranka, encabeçada pelo antigo primeiro-ministro e líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, com 54 dos 102 deputados ao parlamento, conquistando assim a maioria absoluta.
Os resultados provisórios anunciados quinta-feira pela comissão eleitoral guineense referem também que o Movimento para Alternância Democrática (Madem-G15) obteve 29 deputados na Assembleia Nacional Popular, mais dois assentos do que em 2019.
O Partido de Renovação Social (PRS) conseguiu 12 deputados, uma grande descida em relação às legislativas de 2019.
O Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG), criado no final de 2021, obteve seis deputados na sua estreia eleitoral.
O grande derrotado nas eleições legislativas é a Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau, liderada pelo primeiro-ministro cessante Nuno Gomes Nabiam, que obteve apenas um deputado, quando em 2019 elegeu cinco deputados.
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