EUA conseguiram neutralizar espionagem chinesa em Cuba
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, afirmou hoje que o Governo dos Estados Unidos tem uma estratégia para neutralizar a espionagem da China em Cuba e noutros países, que se tem mostrado eficiente.
© Win McNamee/Getty Images
Mundo Cuba
O Presidente norte-americano, Joe Biden, "deu-nos instruções para enfrentarmos este desafio e é o que temos feito. Executámos esta estratégia em silêncio, com cuidado, mas, na nossa opinião, com bons resultados", declarou Blinken numa conferência de imprensa em Washington com o ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani.
Estas declarações surgem depois de, a 08 de junho, o diário norte-americano Wall Street Journal ter publicado que a China e Cuba tinham acordado construir um grande centro de espionagem na ilha, uma informação que o Governo de Havana negou categoricamente e que a Casa Branca classificou como "inexata".
Blinken explicou que, quando o mandato presidencial de Biden começou, em janeiro de 2021, o Governo descobriu que a China vinha expandindo as suas atividades de espionagem pelo mundo há algum tempo e que, de facto, tinha ampliado em 2019 as suas instalações de serviços de informações em Cuba.
Segundo o secretário de Estado, o Governo do antecessor de Joe Biden, o magnata Republicano Donald Trump (2017-2021), não conseguiu "progressos suficientes" para deter essa espionagem, pelo que Biden ordenou que se aplicasse "uma estratégia mais direta".
O responsável escusou-se a fornecer mais pormenores sobre este plano, indicando apenas que assentou na "diplomacia" e que os Estados Unidos contactaram com os Governos que suspeitavam acolherem centros de espionagem chineses.
"Os especialistas consideram que a nossa ação diplomática travou esses esforços da China, o que estamos a vigiar de muito perto", asseverou Blinken.
Após a publicação do artigo do Wall Street Journal, a Casa Branca retirou a classificação de secreta a informação que confirma que Pequim já tinha um centro de espionagem em Cuba em 2019, e um alto responsável garantiu que se trata de um problema "herdado" do Governo Trump.
O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros de Cuba, Carlos Fernández de Cossío, assegurou que o diário norte-americano publicou "informações infundadas", "calúnias" e "falácias" para justificar as sanções impostas por Washington a Havana para destabilizar a ilha, ao passo que o Governo chinês acusou Washington de "difundir rumores e calúnias".
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