A transação, no valor de 735 milhões de dólares (cerca de 678 milhões de euros), foi impedida pelo senador republicano James Risch, que preside à comissão de Negócios Estrangeiros do Senado norte-americano.
"Há algum tempo, expressei diretamente as minhas preocupações ao Governo húngaro quanto à sua recusa em avançar com a votação para que a Suécia se junte à NATO", disse Risch, em declarações ao diário norte-americano The Washington Post.
"Pelo facto de estarmos em junho e de tudo continuar na mesma, decidi que esta nova venda de equipamento militar norte-americano à Hungria será suspensa", indicou o senador do Idaho, instando Budapeste a desbloquear a sua posição se quer receber a encomenda, que inclui 24 baterias de lançadores de 'rockets' HIMARS e mais de cem mísseis e outras peças de apoio e acessórios.
Todas as grandes vendas de armamento requerem a aprovação do Presidente norte-americano e dos líderes das comissões de Negócios Estrangeiros do Senado e da Câmara de Representantes para que o Departamento de Estado oficialize a venda.
Neste caso, o 'não' de Risch impedirá que o negócio seja concluído.
O pedido da Suécia e da Finlândia para ingressar na NATO (o bloco de defesa militar ocidental) após a invasão da Ucrânia pela Rússia, iniciada a 24 de fevereiro do ano passado -- pondo fim a séculos de neutralidade --, é considerado um dos golpes geopolíticos infligidos ao Presidente russo, Vladimir Putin.
Contudo, o processo de adesão foi mais lento que o previsto, devido aos obstáculos que a Turquia e a Hungria -- principal aliado de Moscovo no Ocidente -- levantaram.
Inicialmente, os dois países nórdicos pretendiam entrar na Aliança Atlântica ao mesmo tempo, mas o bloqueio de Ancara e Budapeste só permitiu que a Finlândia o fizesse.
No caso da Suécia, a Turquia acusa o Governo de não fazer o suficiente para combater os grupos curdos da oposição -- que considera terroristas -- ou reprimir os protestos contra o Islão em que se queimam exemplares do Corão, ao passo que a Hungria critica os ataques de Estocolmo às leis húngaras, no âmbito da União Europeia, que têm impedido Budapeste de receber milhões de euros de fundos europeus para a recuperação pós-pandemia de covid-19.
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