"Quanto à escolha política [de Borrell], o seu fracasso foi provado há 12 anos, mas estamos prontos a apoiá-lo se decidir acolher cerca de sete milhões de sírios deslocados na Europa, desde que os devolva ao seu país quando for alcançada uma solução política clara e aceitável para a crise, de acordo com os seus critérios", disse Hajjar numa publicação na conta pessoal na rede social Twitter.
O Líbano acolhe o maior número de refugiados sírios 'per capita' do mundo, cerca de 1,5 milhões, e insiste que não pode continuar a suportar esse "fardo" no meio da grave crise económica que tem vindo a sofrer desde o final de 2019, pelo que procura devolvê-los ao seu país de origem o mais rapidamente possível.
As autoridades libanesas esperam que o processo acelere no contexto da atual reconciliação entre o Governo sírio e o mundo árabe, quando a região exige coletivamente o regresso de milhões de refugiados sírios que ainda vivem nos países vizinhos, 12 anos após o início da guerra.
Hoje, durante uma conferência de doadores realizada em Bruxelas, Borrell reconheceu que esta "normalização" com Damasco "não é o caminho que a União Europeia teria escolhido" e sublinhou que a UE não apoiaria o regresso "organizado" dos refugiados sem garantias "sólidas" de que seria voluntário e seguro.
"O Líbano acolheu de braços abertos os deslocados sírios. (...) Respeitamos a vossa opção humanitária e trabalhamos nessa base há 12 anos, mas os vossos resultados não foram bons para os deslocados sírios e para a sociedade libanesa que os acolhe", denunciou Hajjar.
O ministro libanês, que também está a participar na 7.ª Conferência de Bruxelas organizada pela UE, denunciou o "tom arrogante" utilizado pelo chefe da diplomacia europeia durante o seu discurso e recordou que os refugiados palestinianos continuam deslocados após "75 anos" de procura de uma solução política para a sua causa.
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