Contraofensiva? "As forças armadas ucranianas não têm qualquer hipótese"

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, vaticinou hoje o insucesso da contraofensiva que as forças ucranianas têm em curso contra as tropas russas na Ucrânia.

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Lusa
16/06/2023 16:16 ‧ 16/06/2023 por Lusa

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Putin

"As forças armadas ucranianas não têm qualquer hipótese nessa ou noutras áreas", afirmou Putin durante o Seminário Económico Internacional de São Petersburgo (SPIEF, na sigla em inglês).

Putin disse que as forças ucranianas "utilizaram as chamadas reservas estratégicas para romper as defesas [russas], consolidar as suas próprias defesas e avançar".

"Nenhum destes objetivos foi alcançado", afirmou Putin, citado pela agência francesa AFP.

Putin reiterou que a Ucrânia estava a sofrer "perdas muito pesadas" na contraofensiva lançada recentemente.

Considerou ainda que a Ucrânia não será capaz de lutar "durante muito tempo" por falta de equipamento militar, apesar dos fornecimentos ocidentais.

Moscovo tem insistido que a atual ofensiva ucraniana falhou, enquanto Kyiv diz ter libertado algumas cidades e cerca de cem quilómetros quadrados, principalmente na frente sul.

Analistas militares ocidentais têm dito que Kyiv ainda não lançou a maior parte das forças na contraofensiva, segundo a AFP.

No SPIEF, Putin descreveu o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, como uma "desgraça para o povo judeu" e acusou de novo Kyiv de estar nas mãos de neonazis para justificar a invasão em 24 de fevereiro de 2022.

"Tenho muitos amigos judeus desde a infância. E eles dizem que Zelensky não é judeu, mas uma vergonha para o povo judeu. Isto não é uma piada", disse Putin, cuja longa intervenção foi transmitida em direto pela televisão russa.

Putin acusou mais uma vez Zelensky de encobrir "bastardos neonazis" e de tratar os colaboradores nazis da Segunda Guerra Mundial como heróis.

"Porque é que eles não nos ouvem? Somos obrigados a lutar contra isto", afirmou.

"Temos todo o direito de considerar que o objetivo de desnazificar a Ucrânia é um dos principais objetivos", acrescentou.

Ao anunciar a invasão, Putin disse que Moscovo pretendia "desmilitarizar e desnazificar" a Ucrânia, que se separou da Rússia com a dissolução da antiga União Soviética, em 1991.

Putin também tem acusado o regime de Kyiv de um alegado genocídio de falantes de russo na Ucrânia, sobretudo no Donbass, a região formada pelas autodeclaradas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk.

O líder russo reconheceu a independência dos dois territórios ucranianos antes de lançar a invasão militar, que também justificou com um pedido de auxílio das forças separatistas do Donbass.

Em setembro passado, a Rússia anexou Donetsk e Lugansk, bem como Kherson e Zaporijia, depois de ter feito o mesmo à Crimeia, em 2014, quando se iniciou a guerra separatista no Donbass, com apoio de Moscovo.

Kyiv e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem a soberania russa nas cinco regiões anexadas à Ucrânia.

O SPIEF, considerado o contraponto russo ao Fórum Económico de Davos, na Suíça, decorre até sábado.

Dedicado ao tema "O desenvolvimento soberano é a base de um mundo justo. Vamos unir forças para o bem das gerações futuras", conta com a participação de representações de 15 países, segundo a agência oficial TASS.

A lista de convidados inclui o Presidente da Argélia, Abdelmadjid Tebboune, que efetua uma visita de estado à Rússia.

Leia Também: "É óbvio para líderes africanos" falta de vontade de paz de Putin

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