Cinco países europeus assinam carta para compra de sistemas Mistral
O acordo revela os esforços bem-sucedidos de Paris em convencer os seus aliados da União Europeia a terem mais em consideração os sistemas de defesa fabricados pelos países do bloco.
© Reuters
Mundo Guerra na Ucrânia
França, Bélgica, Chipre, Estónia e Hungria assinaram, esta segunda-feira, uma carta de intenção para a compra conjunta de sistemas de defesa aérea Mistral, produzidos pela empresa francesa MBDA, disseram à Reuters duas fontes familiarizadas com a matéria.
O acordo revela os esforços bem-sucedidos de Paris em convencer os seus aliados da União Europeia a terem mais em consideração os sistemas de defesa fabricados pelos países do bloco, em vez de procurarem no exterior, como defendido pela Alemanha no âmbito da sua iniciativa denominada 'Escudo Celestial Europeu'.
As fontes citadas pela Reuters adiantaram que a carta foi assinada no princípio de um encontro de ministros europeus da Defesa em Paris, destinado a coordenar esforços entre os países para reforçar as capacidades de defesa aérea em todo o continente, na sequência da invasão russa sobre a Ucrânia.
A decisão surge depois de, em outubro passado, a Alemanha ter anunciado um plano, em coordenação com 14 aliados da NATO, para a compra de sistemas dos Estados Unidos e de Israel, numa tentativa de proteger o território aliado de ataques de mísseis na sequência do conflito na Ucrânia.
Desde então, 17 países, incluindo os Estados Bálticos, Reino Unidos e vários países do leste europeu, que tradicionalmente recorrem aos Estados Unidos para obter material militar, já aderiram a essa iniciativa.
Desde o início da guerra, que se iniciou a 24 de fevereiro do ano passado, os países da NATO e da União Europeia apressaram-se a disponibilizar apoio financeiro, militar e humanitário para ajudar a Ucrânia a fazer face à invasão da Rússia. O país invasor, por outro lado, foi alvo de pacotes de sanções consecutivos (e concertados) aplicados pelos parceiros de Kyiv.
O conflito mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Segundo os mais recentes cálculos da Organização das Nações Unidas (ONU), quase nove mil civis morreram e mais de 15 mil ficaram feridos na sequência dos combates no terreno.
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