O mundo está de olhos postos nas operações para encontrar o submersível com cinco pessoas que desapareceu numa viagem aos destroços do 'Titanic'. Tal como disse ao Notícias ao Minuto o comandante da Esquadrilha da Subsuperfície da Marinha Portuguesa, Baptista Pereira, não há memória "de nenhuma situação" semelhante, "envolvendo um submarino civil, científico ou turístico", havendo registo de acidentes, nos últimos anos, mas com submarinos militares. Recordamos aqui alguns casos que também mobilizaram grandes operações de busca nos últimos 23 anos, mas que, infelizmente, não tiveram o final esperado.
O caso mais recente teve lugar em 2021, quando um submarino de construção alemã da Marinha indonésia desapareceu ao largo da ilha de Bali com 53 tripulantes, quando realizava exercícios militares.
O KRI Nanggala 402 foi encontrado, dias depois, partido em três partes, no fundo do mar. Todos os 53 tripulantes morreram.
As autoridades não deram explicações para o naufrágio, mas sugeriram que o submarino pode ter sido vítima de uma avaria que o teria impedido de vir à superfície.
Outro caso diz respeito ao submarino argentino ARA San Juan, da Marinha da Argentina, que desapareceu, em 2017, a cerca de 400 quilómetros da costa, quando voltava para a base naval após a realização de exercícios militares.
Horas antes do desaparecimento, o comandante do submarino alertou para a existência de uma falha provocada pela entrada de água por uma conduta de ventilação. O problema terá sido resolvido e a embarcação seguiu o seu rumo, mas acabou por desaparecer.
As buscas pelo submarino argentino começaram 48 horas após se ter perdido o seu rasto. A operação reuniu 13 países, mas no final de 2017 as equipas começaram a desistir. Em 2018, e pressionados pelas famílias dos tripulantes, a argentina retomou as buscas.
Quando a esperança parecia perdida, a embarcação foi localizada dia 17 de novembro de 2018, o Ministério da Defesa da Argentina confirmou que o submarino havia sido encontrado a uma profundidade de 907 metros, a cerca de 600 km da costa. Quarenta e quatro pessoas morreram.
Em 2013 ocorreu aquele que foi considerado o pior acidente da Marinha indiana em mais de 40 anos e que envolveu o submarino militar INS Sindhurshak. Este submarino ficou destruído após uma explosão no estaleiro de Mumbai, onde estava estacionado, provocando a morte dos 18 marinheiros a bordo.
Já em 2008, 20 pessoas morreram asfixiadas e outras 41 ficaram feridas a bordo do submarino nuclear russo K-152 Nerpa, no Mar do Japão, depois de um vazamento, por engano, de freon.
O submarino foi comprado pela Marinha da Índia em 2011 e rebatizado de INS Chakra no ano seguinte.
Recuando até 2003 chegamos ao acidente que envolveu o submarino chinês Ming. Após uma falha mecânica, durante exercícios na costa da província chinesa de Shandong, 70 membros da tripulação morreram.
O sistema de ventilação não detetou os baixos níveis de oxigénio e a tripulação sufocou.
Em 2000, o submarino nuclear Kursk (K-141), da frota do norte da Rússia, afundou-se quando realizava manobras no mar de Barents (noroeste), causando a morte dos seus 118 tripulantes. O incidente terá tido origem na explosão de um torpedo.
Na altura, 23 marinheiros sobreviveram à explosão, tendo-se trancado num compartimento do submarino. Contudo, não foram resgatados a tempo.
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