Titan. O que é uma implosão catastrófica? O que acontece aos tripulantes?

Vários especialistas têm tentando 'pintar uma imagem' do que terá acontecido ao submarino Titan, explicando o que acontece - tanto a materiais como a humanos - a profundidades como aquelas que eram praticadas pela expedição da OceanGate.

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Notícias ao Minuto
23/06/2023 11:10 ‧ 23/06/2023 por Notícias ao Minuto

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Titan

As operações de buscas ao submarino Titan chegaram esta quinta-feira a uma trágica conclusão. Destroços encontrados junto aos escombros do Titanic levam a concluir que o submersível terá sofrido uma implosão, que a Guarda Costeira norte-americana descreveu como "catastrófica".

A destruição do aparelho, àquela profundidade, significa que todos os seus tripulantes morreram, que provavelmente não sentiram nada e que não há corpos para resgatar, tal é a rapidez e agressividade de uma implosão no fundo do mar.

O que é uma "implosão catastrófica"?

Uma implosão subaquática refere-se ao súbito colapso do interior do navio, que acontece dada a imensa pressão presente na profundidade do mar em que se está a navegar. 

Note-se, contudo, que uma implosão é basicamente o exato oposto de uma explosão. Em vez de a pressão do interior se deslocar para o exterior, a pressão do exterior precipita-se para o interior. À semelhança de uma explosão, é pouco provável que reste muito do navio e da sua carga.

Pode ver abaixo uma projeção daquilo que terá acontecido:

O que aconteceu aos tripulantes?

Não se sabe ao certo onde ou a que profundidade estava o Titan quando ocorreu a implosão, mas os destroços do Titanic situam-se a quase 4.000 metros abaixo do nível do mar. O submersível, refere a CNN, estaria a cerca de 1 hora e 45 minutos da descida, que demoraria, no total, duas horas. Ou seja, já estaria muito perto do Titanic, a cerca de 3.500 metros de profundidade, aumentando a pressão dita normal em centenas de vezes.

Uma "implosão catastrófica", como as autoridades descreveram, é "incrivelmente rápida", ocorrendo em apenas uma fração de milissegundo, afirma Aileen Maria Marty, ex-oficial da Marinha e professora na Universidade Internacional da Florida, referindo que o colapso se dá "antes mesmo que as pessoas que estavam no interior do Titan se tenham apercebido". "A destruição completa ocorreria em 1/20 de um segundo, demasiado rápido para ser reconhecido pelos homens dentro do submarino", pode ler-se na revista Naval History Magazine, citada pelo Insider.

"Eu sei que não é grande conforto para famílias e esposas, mas eles morreram instantaneamente. Nem sequer se aperceberam de que algo estava errado", disse o jornalista David Pogue, na CNN International.

Esta sexta-feira, em declarações à SIC Notícias, Hugo Metelo Diogo, especialista em Assuntos Marítimos, afirmou que após a implosão do submarino, os corpos dos cinco ocupantes "foram pulverizados". "O que havia de corpos foi consumido pela vida marinha. Não há, seguramente, corpos a resgatar", afirmou o especialista, que considera que "está à vista de todos, a impreparação desta missão". 

Porque é que submersível implodiu?

Os submersíveis são concebidos para suportar pressões subaquáticas esmagadoras. No entanto, qualquer dano ou defeito no casco do veículo pode resultar numa fuga que provoque a implosão, explica o Insider.

Quando a implosão se deu, o Titan estaria sujeito a uma pressão muito elevada, pressão que é 400 vezes maior do que aquela que se regista na atmosfera, à superfície do mar. Ou seja, uma qualquer falha no equipamento poderia ser fatal. 

Veja aqui um exemplo de uma implosão:

"Se o recipiente de pressão falhar catastroficamente, é como se uma pequena bomba explodisse. O provável é que todos os dispositivos de segurança sejam destruídos no processo", disse Stefan Williams, professor de robótica marinha na Universidade de Sydney, ao The Guardian.

Recorde-se que, de acordo com uma entrevista dada na quinta-feira pelo realizador James Cameron - realizador do 'Titanic', que fez dezenas de vezes a viagem até aos destroços - a empresa será responsável pelo acidente. Alegadamente, um casco de fibra de carbono e titânio - como era o caso do Titan - permitiria a entrada microscópica de água, levando a uma falha progressiva do veículo ao longo do tempo.

Leia Também: Marinha dos EUA acredita ter detetado implosão do Titan logo no domingo

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