"A Rússia está a desenvolver relações amigáveis e construtivas [com os países africanos] baseadas no respeito mútuo", afirmou o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, aos jornalistas.
Estas relações "não são e não podem ser dirigidas contra países terceiros", sublinhou.
Desde o início da invasão da Ucrânia, a Rússia tem procurado reforçar os seus laços económicos e diplomáticos com África, competindo em alguns países com a França, antiga potência colonial do continente.
No final de julho, a Rússia vai organizar uma segunda cimeira Rússia-África em São Petersburgo (noroeste), uma forma de demonstrar o seu entendimento com os seus parceiros africanos, apesar do conflito na Ucrânia.
Uma delegação de chefes de Estado africanos também visitou a Rússia no passado fim de semana, defendendo o fim da guerra junto de Vladimir Putin e apresentando propostas que o Kremlin considera "muito difíceis de implementar".
A Rússia está a tentar atrair os líderes africanos para o seu campo, afirmando ser um baluarte contra o imperialismo e acusando o Ocidente de usar sanções para bloquear as exportações de cereais e fertilizantes russos, que são essenciais para muitos países.
Em entrevista aos meios de comunicação franceses France 24, Franceinfo e Radio France International, Emmanuel Macron afirmou que a Rússia "é uma potência desestabilizadora em África através de milícias privadas que desempenham um papel predatório e abusam da população civil", numa aparente referência ao envio de mercenários do Grupo Wagner para vários países, incluindo o Mali, a Líbia e a República Centro-Africana (RCA).
"Esta situação foi documentada pelas Nações Unidas na RCA, às mãos da milícia Wagner", disse, referindo-se ao grupo mercenário detido pelo oligarca Yevgeni Prigozhin, próximo do Presidente russo, Vladimir Putin.
Macron não excluiu a possibilidade de manter conversações com Vladimir Putin, se a oportunidade surgisse e as condições fossem adequadas.
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