Rebelião do grupo Wagner mostra risco para países africanos, dizem EUA
Os Estados Unidos da América (EUA) consideram que a rebelião abortada do grupo Wagner na Rússia mostrou o risco que a organização de mercenários representa para os Estados africanos com que se associam.
© Getty Images
Mundo Ucrânia/Rússia
"A mensagem que transmitimos a esses países, pública e privadamente, no passado é que sempre que o grupo Wagner entra num país, a morte e a destruição acontecem", disse o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Matthew Miller, a repórteres.
O grupo Wagner possui mercenários em vários países de África, declaradamente no Mali e Republica Centro-Africana (RCA), um fator que suscitou suspeitas sobre o envolvimento de Moscovo em vários conflitos no continente.
"[O grupo] Wagner explora as populações locais, vemo-los a extrair riqueza local, a cometer violações dos direitos humanos", acrescentou o porta-voz da diplomacia de Washington.
"O que aconteceu neste fim de semana reforça as preocupações que expressamos sobre a instabilidade que o grupo Wagner traz consigo quando entra num conflito", continuou Miller.
O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Seguei Lavrov, assegurou hoje que a rebelião da organização na Rússia não afetará a relação entre Moscovo e os seus amigos e insistiu na ideia de que RCA e Mali se viraram para a Rússia e o grupo Wagner para terem instrutores militares e "garantir a segurança dos seus dirigentes".
A República Centro-Africana, por seu turno, através de um conselheiro da presidência do país declarou que a Rússia continuará a operar ao lado do seu exército com o grupo Wagner ou com outro, porque o contrato é com Moscovo e não com um contingente específico.
"A República Centro-Africana assinou [em 2018, nota do editor] um acordo de defesa com a Federação Russa e não com o Wagner", sustentou, em declarações à agência France-Presse, Fidèle Gouandjika, conselheiro especial do Presidente, Faustin Archange Touadéra, referindo-se ao grupo de mercenários que se rebelou brevemente contra o Kremlin.
"A Rússia subcontratou o [grupo] Wagner, se a Rússia já não está de acordo com ele, então enviará um outro contingente", porque na RCA, como em "outros teatros de operações" no mundo, "podem mudar de líder, mas continuarão a operar em nome da Federação Russa", assegurou.
O grupo paramilitar Wagner levou a cabo, durante cerca de 24 horas, uma rebelião na Rússia contra o comando militar, movimentações que foram paradas pelo seu líder, Yevgeny Prigozhin, no sábado.
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