O relatório mostra que as agências federais de informações norte-americanas não cumpriram adequadamente o seu papel quando não relevaram o perigo das mensagens, com retórica inflamada, nas redes sociais e foram relutantes em compartilhar informações sobre a matéria.
"O FBI não seguiu pistas, em 06 de janeiro de 2021, porque não as considerou fiáveis, contrariando as suas regras, que exigem que todas as denúncias recebidas sejam registadas, desde que sirvam a um 'propósito autorizado' para investigação, independentemente da credibilidade", disse o comité, num comunicado.
Quatro dias antes do assalto ao Capitólio, já havia mensagens nas redes sociais a alertar para uma possível invasão da sede do Congresso, embora tanto o FBI como o Gabinete de Informações do Departamento de Segurança Interna tenham aconselhado a Polícia a preparar-se normalmente para a situação.
"O mais surpreendente é que o ataque foi planeado à vista de todos nas redes sociais", explicou o presidente do comité, o senador Democrata Gary Peters, acrescentando que, apesar disso, as agências de informações não levaram a sério as ameaças.
O relatório inclui um 'e-mail' interno do FBI que descreve uma lista de mensagens nas redes sociais, com vídeos e publicações de texto com os pormenores sobre um previsto ataque ao Capitólio, que não foram tidas em conta.
Mesmo quando já havia milhares de pessoas reunidas na esplanada do Capitólio, momentos antes do assalto, um alto oficial do centro de operações do Departamento de Segurança Interna continuava a garantir que "não havia sinais de desobediência civil".
Um relatório de uma comissão que investigou o ataque ao Capitólio - com cerca de 845 páginas e com mais de 1.000 entrevistas e documentos - acusou o ex-Presidente Donald Trump de alegadamente ter encorajado a tentativa de interromper o processo de transição democrática.
Quase 1.000 pessoas foram acusadas pela invasão do Capitólio, incluindo alguns membros conhecidos de milícias de extrema-direita, como os Proud Boys e Oath Keepers.
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