Com este novo balanço, o número total de raptos aumenta para 82 desde os protestos antigovernamentais de junho, sublinha aquela entidade.
Quatro utilizadores das redes sociais desapareceram depois de terem partilhado imagens do presidente do país, William Ruto, geradas por inteligência artificial e consideradas ofensivas pelos apoiantes do Governo.
A comissão alertou na quinta-feira que o Quénia está a regressar aos "dias negros" do desaparecimento de críticos do Governo. O rapto e a tortura de elementos da oposição eram comuns durante o executivo do falecido presidente Daniel Moi.
"Gostaríamos de recordar ao NPS (polícia) o seu papel na proteção dos quenianos contra estes atos violentos, especialmente tendo em conta que estes raptos estão a acontecer em plena luz do dia, com alguns deles a serem capturados por câmaras de vigilância, mas ainda não há detenções", afirmou a presidente da comissão, Roselyne Odede.
Os grupos de defesa dos direitos humanos alegam que as forças policiais do país estão por detrás dos raptos, mas estas negaram o seu envolvimento e disseram estar a investigar os desaparecimentos.
Um comunicado conjunto de 21 grupos de defesa dos direitos humanos, emitida na quarta-feira, apelava à polícia para que responsabilizasse os responsáveis pelos raptos. "A ausência de ação cria um precedente perigoso e encoraja novas violações dos direitos humanos", lê-se no documento.
Em outubro, nove enviados especiais europeus manifestaram a sua preocupação com os desaparecimentos forçados e instaram o presidente a garantir a justiça.
Os enviados falaram após de quatro cidadãos turcos terem sido raptados no Quénia e repatriados, apesar de se terem registado na ONU como requerentes de asilo, alegando ameaças às suas vidas no seu país de origem.
O Quénia foi um dos vários países africanos eleitos para o Conselho dos Direitos Humanos da ONU em 09 de outubro.
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