Uma medida de coação controversa, a prisão preventiva permite a Israel deter suspeitos, na maioria das vezes palestinianos, sem acusação formal ou julgamento.
Esta medida raramente é adotada contra israelitas, indicou um responsável do Ministério da Defesa citado pela agência de notícias francesa AFP a coberto do anonimato, acrescentando que o ministro da Defesa, Yoav Gallant, tinha "recentemente" assinado a ordem de prisão.
Os quatro detidos são acusados de ter participado na violência da semana passada na Cisjordânia e "colocado em perigo a vida de inocentes", segundo esta fonte.
Danificaram também bens pertencentes a palestinianos e incendiaram viaturas.
Tais atos de violência ocorreram depois de dois palestinianos terem matado a tiro quatro israelitas perto do colonato judeu de Eli, no norte da Cisjordânia. Os dois atacantes foram abatidos.
O ataque palestiniano foi uma retaliação ao 'raid' mortífero realizado pelo exército israelita em Jenin, de acordo com o movimento islâmico palestiniano Hamas.
Após o ataque próximo de Eli, centenas de colonos judeus irromperam pela cidade palestiniana de Huwara, segundo o seu presidente da câmara, e aí atacaram os habitantes e atearam fogo a terrenos agrícolas, parecendo assim repetir o 'modus operandi' de uma expedição punitiva efetuada em fevereiro, após um ataque palestiniano que fez dois mortos israelitas naquela zona.
Outros ataques perpetrados por israelitas ocorreram na aldeia de Turmusayya, onde bens foram incendiados e um palestiniano foi morto em confrontos com as Forças Armadas, bem como em Urif, de onde eram originários os dois atacantes palestinianos.
Na sexta-feira, a polícia israelita anunciou três detenções relacionadas com os acontecimentos, sem fornecer mais pormenores. O Ministério da Defesa não precisou se se tratava dos mesmos suspeitos.
"Um oficial que não reage ao ver um israelita prestes a lançar um 'cocktail Molotov' sobre uma casa palestiniana não pode ser um oficial", declarou hoje o chefe do Estado-Maior israelita, Herzi Halevi, condenando a violência sem, contudo, a relacionar diretamente com os acontecimentos da semana passada.
Desde o início deste ano, pelo menos 176 palestinianos, 25 israelitas, uma ucraniana e um italiano foram mortos em atos de violência ligados ao conflito israeo-palestiniano, segundo uma contagem da AFP feita a partir de fontes oficiais israelitas e palestinianas.
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