ONU, UA e UE saúdam decisão do Presidente do Senegal não se recandidatar

O secretário-geral da ONU, António Guterres, o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, saudaram a decisão do presidente senegalês, Macky Sall, de não tentar um terceiro mandato.

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Lusa
04/07/2023 10:37 ‧ 04/07/2023 por Lusa

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Senegal

"Gostaria de manifestar o meu profundo apreço pelo Presidente Macky Sall e pelo sentido de Estado que demonstrou. A sua decisão é um exemplo muito importante para o seu país e para o resto do mundo", declarou Guterres na segunda-feira na sua conta na rede social Twitter, pouco depois de Sall ter anunciado a sua decisão num discurso à nação.

Também através do Twitter, Mahamat saudou a "sábia decisão" do chefe de Estado senegalês, a quem chamou "irmão", de "não se candidatar às eleições presidenciais de 2024".

"Expresso a minha admiração pelo grande estadista que ele é por ter colocado os interesses superiores do Senegal em primeiro lugar e assim ter preservado o modelo democrático senegalês, que é o orgulho de África", acrescentou o chefe da Comissão (secretariado) da União Africana (UA).

Na mesma linha, Michel também disse "congratular-se" com o anúncio de Sall.

"Está a trabalhar para o Senegal e a defender uma África forte e respeitada. Obrigado pela excelente cooperação. A UA no G20 (grupo de países com as economias mais desenvolvidas e emergentes), uma transição climática justa e a reforma do financiamento do desenvolvimento: são muitos os desafios que estamos a enfrentar juntos", acrescentou Charles Michel.

Sall anunciou na segunda-feira que não vai concorrer às próximas eleições presidenciais do Senegal, previstas para fevereiro de 2024, após meses de controvérsia, incerteza e tensão política no país, com protestos em larga escala, fortemente reprimidos pelas forças de segurança.

O Presidente, que governa o Senegal desde 2012 e se aproxima do fim de dois mandatos de sete e cinco anos, considera que a sua terceira candidatura não seria ilegal, apesar de a Constituição do país africano proibir mais de dois mandatos consecutivos.

Segundo Sall e os seus apoiantes, como a Constituição foi alterada em 2016 e o Presidente só cumpriu um mandato de cinco anos, o primeiro mandato de sete anos não deveria contar e ele teria o direito a candidatar-se novamente.

Tanto a oposição como a sociedade civil do Senegal, país vizinho da Guiné-Bissau, rejeitam esta tese.

A incerteza provocou um aumento da tensão política no país, agravada pela acusação paralela do líder da oposição Ousmane Sonko, que foi condenado a dois anos de prisão no passado dia 1 de junho.

Sonko denunciou a "instrumentalização" da justiça pelo "poder de Macky Sall" para o excluir da candidatura presidencial.

Leia Também: Líder da oposição do Senegal pede para saírem "em massa" à rua

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