Guerra expôs "capacidade de fabrico limitada" ocidental, diz empresário
A guerra na Ucrânia expôs a "capacidade de fabrico limitada" e deverá levar ao aumento do investimento na Defesa e reorganização da indústria do setor, admitiu hoje em Londres o presidente-executivo do grupo britânico Cohort, Andy Thomis.
© Getty Images
Mundo Ucrânia/Rússia
"Claramente, quando a procura aumenta acentuadamente, há impacto nas cadeias de abastecimento e, em particular, na capacidade de fabrico limitada", admitiu, em declarações à Agência Lusa.
Thomis referia-se à produção de munições, a qual estima que vai ter de ser repensada devido à dificuldade dos aliados ocidentais em repor as reservas disponibilizadas à Ucrânia.
"Estão a tornar-se mais claras as lições aprendidas com o conflito na Ucrânia, o quão importantes são certas capacidades. A guerra eletrónica é outra delas", indicou.
A recolha de informação, explicou, tornou-se numa parte vital do conflito na Ucrânia no apoio à artilharia.
"A ideia de lançar milhares de munições na direção de onde se pensa que a ameaça possa vir foi substituída por drones ou outros meios de ISTAR [recolha de informação, vigilância, reconhecimento e aquisição de alvos], que são muito mais eficazes em termos de logística e da necessidade de grandes quantidades de munições", vincou.
Estas tecnologias vão tornar-se cada vez mais importantes, especialmente para os países ocidentais, onde é mais difícil recrutar um grande número de pessoas para as forças armadas, acrescentou.
Andy Thomis falava à Lusa à margem de um evento do grupo britânico em Londres onde apresentou alguns dos novos produtos na preparação para a DSEI, feira internacional dedicada ao setor da Defesa que se vai realizar entre 12 e 15 de setembro.
O grupo Cohort Plc é composto por seis empresas tecnológicas independentes e autónomas, entre as quais a portuguesa EID, que fornecem serviços e produtos sobretudo a clientes militares de todo o mundo.
No ano fiscal passado, que terminou no final de abril de 2022, o volume de negócios aproximou-se de 137,8 milhões de libras (161 milhões de euros), uma quebra de 3,9% face ao ano anterior.
Para o exercício que terminou no final de abril, cujos resultados deverá anunciar até ao final de julho, o grupo conta regressar ao crescimento e registar lucros recorde.
Para este desempenho contribui um aumento do investimento dos países em equipamento bélico, na sequência da guerra na Ucrânia.
"Foi um ano positivo em termos de receitas, em termos de geração de liquidez, e particularmente em termos de entrada de encomendas, que foi extremamente forte", adiantou Thomis aos jornalistas.
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